"Isso não é verdade", afirmou o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, segundo a agência de notícias russa TASS.
Zelensky disse horas antes, durante uma conferência de imprensa em Kyiv com o Presidente finlandês, Alexander Stubb, que a Rússia está a preparar a mobilização de 300.000 tropas adicionais em junho.
"Posso assegurar-vos que a Rússia está a preparar a mobilização de mais 300.000 tropas no dia 01 de junho", afirmou.
Questionado sobre as necessidades do exército ucraniano a este respeito, Zelensky recusou-se a fornecer números específicos, mas garantiu que, ao longo deste ano, "não é necessário meio milhão".
Na terça-feira, Zelensky promulgou uma lei para reduzir a idade de mobilização militar de 27 para 25 anos, medida que visa colmatar a falta de efetivos para combater a invasão russa.
O projeto de lei, que foi votado há mais de um ano pelos deputados, entrava hoje em vigor.
Em setembro de 2022, o Presidente russo, Vladimir Putin, convocou 300 mil reservistas para combater na Ucrânia.
Esta mobilização parcial provocou o êxodo de centenas de milhares de russos em idade militar, que emigraram para países como o Cazaquistão, a Geórgia e a Arménia, bem como para outros países europeus.
As mulheres dos mobilizados criaram um movimento para exigir o regresso a casa dos seus maridos, muitos na frente de batalha há mais de um ano e meio.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos no teatro de operações nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontam-se com falta de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais.
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