Profanador do Corão detido na Noruega será deportado para a Suécia

Salwan Momika, refugiado iraquiano na Suécia que desencadeou no ano passado uma onda de indignação ao incendiar o Corão, foi detido na Noruega e será deportado para a Suécia "assim que possível", segundo uma decisão judicial hoje conhecida.

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© AHMAD AL-RUBAYE/AFP via Getty Images

Lusa
04/04/2024 16:30 ‧ 04/04/2024 por Lusa

Mundo

Suécia

Momika, cristão iraquiano que várias vezes ateou fogo a exemplares do Corão no verão de 2023 na Suécia, foi detido a 28 de março deste ano pela polícia norueguesa. Viajou para a Noruega no final de março, após a revogação do seu visto de residência na Suécia.

A Noruega tenciona deportá-lo para a Suécia "o mais rapidamente possível", em conformidade com o regulamento de Dublin sobre os refugiados, segundo uma decisão do tribunal de Oslo.

"A deportação ocorrerá assim que os requisitos formais e práticos sejam completados", declarou o tribunal.

As profanações do Corão provocaram protestos e condenações em muitos países muçulmanos.

No Iraque, manifestantes atacaram a embaixada da Suécia em Bagdad duas vezes em julho, causando um incêndio nas instalações à segunda tentativa.

O Governo sueco condenou as profanações do Corão, mas sublinhou a importância das leis sobre a liberdade de reunião e de expressão no seu território.

Em outubro, a Agência das Migrações sueca revogou o visto de residência de Momika, alegando que este fornecera informações falsas aquando do seu pedido de asilo. Foi-lhe concedido um visto temporário, uma vez que não podiam enviá-lo de volta ao Iraque.

Um mês antes, o Iraque tinha pedido a sua extradição por ter profanado o livro sagrado do Islão.

Na véspera da partida para a Noruega, Salwan Momika declarou à agência de notícias francesa AFP: "A Suécia tornou-se uma ameaça para mim desde a decisão de me expulsar e a ameaça de me extraditar".

Classificou, por isso, a liberdade de expressão e a proteção dos direitos humanos naquele país escandinavo como uma "grande mentira".

Leia Também: NATO discute Ucrânia e Indo-Pacífico na estreia de Suécia e de MNE português

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