No seu último encontro em Pequim com responsáveis chineses antes de regressar aos Estados Unidos, Yellen sublinhou que as duas potências devem "abordar os riscos" e "cooperar para enfrentar os desafios globais", incluindo "o excesso de dívida nas economias emergentes e de baixo rendimento".

Yellen congratulou-se também com o lançamento de um novo mecanismo de cooperação entre o Tesouro dos EUA e o Banco Popular da China (banco central) para aprofundar a luta contra o branqueamento de capitais e outras formas de crime financeiro.

Serão igualmente realizados mais intercâmbios técnicos sobre questões financeiras, destacando "as implicações para a estabilidade do setor dos seguros", afirmou Yellen, segundo um comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA.

À margem do encontro, Yellen disse ainda hoje, numa conferência de imprensa antes de deixar o país asiático, que as preocupações de Washington com o excesso de capacidade industrial da China e outras questões macroeconómicas não visam uma dissociação entre as duas potências, mas uma "gestão responsável de desafios complexos".

A responsável sublinhou a importância de uma relação económica saudável entre EUA e China, mas disse estar "particularmente preocupada" com os "desequilíbrios macroeconómicos chineses", entre os quais citou o excesso de capacidade industrial, o "fraco consumo interno" e o "apoio governamental" a determinados setores.

Indicou ainda que uma dissociação entre as duas potências seria desastrosa, embora tenha manifestado satisfação pelo facto de a relação EUA - China estar numa posição "mais forte" em relação ao ano anterior, resultado direto da "diplomacia intensificada" e da criação de grupos de trabalho económicos e financeiros que permitiram "conversações substanciais e aprofundadas".

Durante as suas reuniões com altos funcionários chineses nos últimos dias, Janet Yellen sublinhou três áreas principais de progresso: o início de intercâmbios intensivos sobre "crescimento equilibrado", a expansão da cooperação na luta contra as finanças ilícitas e a continuação dos intercâmbios técnicos financeiros.

Durante a sua estadia, a representante dos EUA reuniu-se com outros altos funcionários chineses, como o primeiro-ministro Li Qiang e o vice-primeiro-ministro responsável pela política económica He Lifeng.

A viagem de Yellen seguiu-se à conversa da passada segunda-feira entre os presidentes chinês e norte-americano, Xi Jinping e Joe Biden, numa chamada telefónica que a Casa Branca descreveu como franca mas na qual, segundo o governo chinês, houve alguma fricção.

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