Zaporíjia? Rússia insiste em "provocação muito perigosa" de Kyiv
Moscovo reitera acusações contra a Ucrânia, na sequência dos ataques contra a central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia, registados no domingo.
© Contributor/Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
A Rússia voltou a insistir, esta segunda-feira, que a Ucrânia atacou a central nuclear de Zaporíjia, falando numa "provocação muito perigosa" por parte de Kyiv.
Esta posição foi partilhada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa.
"Trata-se de uma provocação muito perigosa. O pessoal da AIEA [Agência Internacional de Energia Atómica] que se encontra no local teve a oportunidade de testemunhar estes ataques. Trata-se de uma tática muito perigosa e com consequências muito negativas a longo prazo. O regime de Kyiv, infelizmente, continua a sua atividade terrorista", afirmou Peskov, citado pela agência estatal russa TASS.
Recorde-se que, no domingo, as autoridades russas da central nuclear de Zaporíjia denunciaram um ataque de drones ucranianos nas proximidades da central. O ataque, segundo afirmam no seu canal Telegram, envolveu dois drones, o primeiro dos quais que se despenhou com uma carga explosiva perto de uma cantina da central.
Segundo as autoridades, o ataque ocorreu 20 minutos depois de uma nova inspeção da Agência Internacional de Energia Atómica, a agência nuclear da ONU, que denunciou um ataque de drones contra a infraestrutura.
Entretanto, as autoridades ucranianas negaram serem responsáveis por qualquer operação militar contra a central.
"A Ucrânia não está envolvida em qualquer provocação armada nas instalações da central nuclear de Zaporíjia, ilegalmente ocupada pela Rússia", desde março de 2022, disse o porta-voz dos serviços secretos militares ucranianos (GUR), Andri Yusov, à publicação Ukrainska Pravda, sediada em Kyiv, no domingo à noite.
A AIEA já tinha referido um ataque de drones cujas explosões causaram "danos menores" a um dos seis reatores da maior central da Europa.
"Exorto veementemente os decisores militares a absterem-se de qualquer ação que viole os princípios básicos de proteção das instalações militares", afirmou o chefe da AIEA, Rafael Grossi.
Em resposta à declaração da agência da ONU, o representante da espionagem militar ucraniana acusou a Rússia de ter efetuado "ataques simulados" à central, de ter colocado tropas e equipamento militar no local e de ter minado as instalações da central situada na parte ocupada da província de Zaporíjia, no sudeste da Ucrânia.
Yusov também censurou as forças de ocupação russas por "colocarem em perigo a infraestrutura nuclear, a população civil" e toda a Europa com a presença na central, sob vigilância constante dos peritos da AIEA devido ao risco de incidentes relacionados com a guerra que conduzam a um acidente nuclear.
Desde o início da ocupação da central, a Rússia e a Ucrânia acusam-se sistematicamente de utilizar a central para fins militares, ameaçando assim a segurança nuclear na zona e em toda a região.
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