No comunicado divulgado pela Casa Branca no final da cimeira trilateral, o Presidente dos EUA, Joe Biden, o homólogo filipino, Ferdinand Marcos Jr., e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, condenaram o "comportamento perigoso e agressivo" da China no mar do sul da China, onde Pequim tem disputas territoriais com várias nações, incluindo as Filipinas.
Os líderes também reafirmaram a importância de preservar "a paz" e "a estabilidade" no Estreito de Taiwan, um território governado autonomamente desde 1949 e considerado pela China como uma província sua que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan subscreveu a declaração conjunta, afirmando que a "intimidação militar" e "a coerção" da China "constituem um sério desafio à segurança regional e à ordem internacional baseada em regras".
Para o Governo de Taiwan, a conferência de imprensa de terça-feira com o Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o homólogo britânico, David Cameron, bem como a reunião bilateral entre Biden e Kishida e a subsequente cimeira trilateral com as Filipinas, demonstram que a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan "goza de um elevado grau de consenso internacional".
"Como membro responsável da comunidade internacional, Taiwan continuará a trabalhar com os Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Filipinas, bem como com todos os parceiros que partilham as mesmas ideias, para promover a paz, a estabilidade e a prosperidade regionais", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.
A cimeira EUA -- Japão - Filipinas serviu para formalizar uma aliança entre as três partes, com anúncios de uma maior cooperação em matéria de tecnologia, infraestruturas e segurança marítima, face ao crescente poderio da China no Indo-Pacífico.
Desde a chegada à Casa Branca, em 2021, Biden tem-se dedicado a construir alianças na Ásia, o que levou à criação do pacto militar Aukus (acrónimo de Austrália, Reino Unido e Estados Unidos) e à aproximação ao Japão, Coreia do Sul e Filipinas.
O governo de Taiwan, liderado pelo Partido Democrático Progressista, tradicionalmente pró-independência, também procurou aprofundar os laços com estes países nos últimos anos, face às repetidas ameaças da China, apesar de não ter o reconhecimento diplomático de nenhum deles.
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