"Apelamos a todas as partes envolvidas para que tenham contenção e para evitar uma escalada perigosa. Contamos com os Estados da região para encontrar uma solução para os problemas existentes, através de meios políticos e diplomáticos", acrescentou, num comunicado, o ministério tutelado por Serguei Lavrov.
O Governo russo destaca no entanto que, "de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, o ataque [contra Israel] foi realizado no âmbito do seu direito à autodefesa nos termos do artigo 51 da Carta da ONU, em resposta a ataques contra alvos iranianos no região", nomeadamente o ataque ao consulado iraniano em Damasco, que Moscovo "condenou veementemente".
Moscovo manifestou também "grande preocupação" com os acontecimentos na região e sublinhou que tinha alertado para o aumento das tensões caso não fosse encontrada uma resolução para "as numerosas crises no Médio Oriente, principalmente na área do conflito israelo-palestiniano".
O ataque do Irão contra Israel, em que, segundo Telavive, foram utilizados mais de 300 'drones', mísseis balísticos e de cruzeiro, ocorreu duas semanas depois de um atentado bombista ao consulado iraniano em Damasco, no qual morreram vários membros da Guarda revolucionária iraniana, ataque que Teerão atribui a Israel.
Para o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, a posição dos membros ocidentais do Conselho de Segurança da ONU "inviabilizou uma reação adequada ao ataque à missão consular iraniana".
Na quinta-feira, o Kremlin apelou à contenção do Irão e de Israel face à informação sobre uma resposta iminente de Teerão ao ataque ao seu consulado.
"Agora é muito importante que todos atuem com moderação para não desestabilizar completamente a situação na região, que já não é estável nem previsível", disse então o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
O secretário do Conselho de Segurança Russo, Nikolai Patrushev, tinha alertado dias antes que o ataque de Telavive ao consulado iraniano em Damasco poderia levar a uma "escalada incontrolável de tensões".
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