"Condenamos inequivocamente os ataques de 13 de abril realizados pela República Islâmica do Irão e pelos seus parceiros militantes contra o Estado de Israel, que envolveu o lançamento de várias centenas de mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e 'drones' contra múltiplos alvos, observando que esses ataques em grande escala poderiam ter causado danos significativos e perda de vidas", lê-se na nota conjunta.
De acordo com o comunicado, os representantes dos países condenam "ainda o facto de as armas lançadas contra Israel terem violado o espaço aéreo de vários Estados da região, colocando em risco a vida de pessoas inocentes nesses países, e aparentemente atravessando o espaço aéreo perto de locais sagrados em Jerusalém".
"Condenamos a apreensão ilegal pelo Irão de um navio comercial de bandeira portuguesa perto do Estreito de Ormuz, em 13 de abril, e apelamos ao Irão para que liberte imediatamente o navio e a sua tripulação internacional", acrescentaram na nota.
O navio com pavilhão português, um porta-contentores, foi apreendido em 13 de abril pelo Irão perto do Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, com um total de 25 tripulantes a bordo. O porta-contentores capturado está ligado à empresa Zodiac Maritime, parte do Grupo Zodiac, com uma frota de mais de 180 navios e pertencente ao bilionário israelita Eyal Ofer.
O porta-contentores saiu de Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos, com destino a Nhava Sheva, na Índia, e a última posição recebida exatamente no mesmo local perto do Estreito de Ormuz onde foi apresado.
"Observamos que o ataque em escala do Irão é o mais recente num padrão de ações perigosas e desestabilizadoras por parte dos iranianos e dos seus parceiros militantes que representam uma grave ameaça à paz e segurança internacionais", indicou o comunicado.
Os representantes permanentes na ONU que assinaram o texto apelaram ainda "a todas as partes na região para que tomem medidas para evitar uma nova escalada da situação" e exigiram "que todas as resoluções do Conselho sejam totalmente implementadas".
"Nós reforçaremos a nossa cooperação diplomática para trabalhar no sentido de resolver todas as tensões na região", referiu ainda o texto.
O Irão lançou entre a noite de sábado e a madrugada de domingo um ataque contra Israel, com recurso a mais de 300 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados), mísseis de cruzeiro e balísticos, a grande maioria intercetados, segundo o exército israelita.
Teerão justificou o ataque com uma medida de autodefesa, argumentando que a ação militar foi uma resposta "à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco, na Síria, ocorrida a 01 de abril e marcada pela morte de sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
Os representantes permanentes na ONU que publicaram essa nota conjunta foram de Portugal, Estados Unidos, Albânia, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canadá, Croácia, Chipre, Chéquia, Dinamarca, Equador, Estónia, Finlândia, França e Alemanha.
Assinaram ainda o texto altos funcionários da Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letónia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Moldávia, Mónaco, Montenegro, Países Baixos, Nova Zelândia, Noruega, Estados Federados da Micronésia, Palau, Papua Nova Guiné, Polónia, República da Coreia, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Ucrânia e Reino Unido.
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