Em comunicado, o executivo de Caracas minimiza o impacto para a Venezuela da decisão dos EUA de revogarem, quarta-feira, o alívio das sanções ao setor petrolífero e do gás venezuelano.
"Os EUA não estão a prejudicar uma Venezuela independente que aprendeu a ultrapassar as suas agressões, pelo contrário, estão a prejudicar qualquer tentativa de normalização das relações bilaterais e o mercado energético internacional, gravemente afetado pelos impulsos belicistas de Washington e, sobretudo, estão a prejudicar os seus próprios investimentos e interesses na indústria petrolífera venezuelana", adianta o comunicado.
No documento a Venezuela começa por condenar as pretensões dos EUA de "monitorizar, tutelar, controlar e manipular a indústria petrolífera venezuelana, através da sua política ilegal de imposição de medidas coercivas e de licenças, práticas próprias de uma visão colonialista que o povo livre e soberano da Venezuela jamais reconhecerá e aceitará".
O alívio das sanções ao petróleo e gás venezuelanos tinha sido aprovado em outubro de 2023, para encorajar o governo de Nicolas Maduro a cumprir os acordos com a oposição, incluindo garantias de participação nas eleições presidenciais de todos os candidatos interessados.
Uma das condições que Washington estabeleceu para não impor novamente as sanções foi que todos os candidatos da oposição pudessem concorrer, mas a principal candidata da oposição, María Corina Machado, continua desqualificada para as eleições de 28 de julho.
As autoridades eleitorais também não permitiram o registo da candidata substituta, Corina Yoris, o que gerou críticas mesmo entre aliados de Maduro, como a Colômbia e o Brasil.
O Departamento do Tesouro dos EUA revogou na quarta-feira o alívio de sanções contra a Venezuela, dando até 31 de maio às empresas para liquidar todas as transações com a empresa estatal Petróleos da Venezuela.
Na nota hoje divulgada, o executivo de Caracas afirma que "por meros cálculos eleitorais, uma vez mais os Estados Unidos incumprem a sua palavra" e pretendem "prejudicar o processo eleitoral venezuelano".
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