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Partido próximo de Pequim vence eleições nas Ilhas Salomão sem maioria

O partido do primeiro-ministro das Ilhas Salomão, cujo governo reforçou os laços com Pequim, venceu as eleições legislativas sem maioria, abrindo caminho a intensas negociações para a formação de governo, segundo resultados publicados hoje.

Partido próximo de Pequim vence eleições nas Ilhas Salomão sem maioria
Notícias ao Minuto

08:22 - 24/04/24 por Lusa

Mundo Ilhas Salomão

O partido de Manasseh Sogavare vai ter 15 dos 50 deputados no parlamento de Honiara, informou hoje a agência de notícias das Ilhas Salomão, SIBC.

A principal coligação da oposição, liderada por Matthew Wade, obteve 13 lugares, enquanto os restantes votos são partilhados por outros partidos minoritários e independentes.

O Parlamento das Ilhas Salomão, onde os legisladores elegem o primeiro-ministro, também vai ter oito mulheres, de acordo com o portal da Comissão Eleitoral do país.

Nestas eleições, Sogavare, que em 2019 pôs fim a 36 anos de relações diplomáticas bilaterais com Taiwan a favor da República Popular da China, vai ter de negociar com outras formações minoritárias e independentes para ser reeleito.

As eleições são uma questão-chave na competição estratégica entre Estados Unidos e China na região do Pacífico, após o governo de Sogavare ter assinado em 2022 um pacto de segurança com Pequim.

Os detalhes do acordo não foram revelados publicamente e os países ocidentais temem que o documentp permita a abertura de uma base militar chinesa no território.

Washington reagiu à celebração do pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão com a inauguração de uma embaixada no país, que fica a cerca de dois mil quilómetros a nordeste da Austrália, e organizou uma cimeira com os líderes da região.

Os EUA também revitalizaram o Diálogo de Segurança Quadrilateral, ou Quad, a parceria entre EUA, Austrália, Japão e Índia, criada em 2007 para impulsionar a cooperação regional após o 'tsunami' que tinha devastado partes da região três anos antes.

O objetivo da parceria é agora defender um Indo-Pacífico "aberto, livre e inclusivo", numa referência implícita às incursões da China em águas cujo controlo foi fundamental, durante a Segunda Guerra Mundial, para manter linhas de abastecimento logístico e projetar força militar.

A possibilidade de a China estabelecer uma base militar no Pacífico Sul é particularmente preocupante para a Austrália, já que transformaria a forma como Camberra vê as configurações de defesa e segurança, ancoradas na aliança com os EUA.

As Ilhas Salomão, com uma população de cerca de 700.000 habitantes e consideradas pela ONU como um dos países mais pobres do Pacífico, sofreram uma forte contração económica entre 2020 e 2022 devido ao impacto da pandemia e, mais tarde, à invasão russa da Ucrânia.

A nação insular registou um crescimento de 2,5% em 2023.

Leia Também: Influência da China nas Ilhas Salomão é "preocupante", diz oposição

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