"Decidimos comemorar a cada 25 de abril o dia de aniversário da Revolução dos Cravos em honra da comunidade lusitana do município de Chacao", anunciou o vereador Hilmer Escalona.
O anúncio foi feito na noite de quinta-feira durante um ato na Praça de Los Palos Grandes, em ocasião da celebração do 50.º aniversário do 25 de Abril, organizada pelo Instituto Português de Cultura e que pela primeira vez se realizou numa praça pública da Venezuela, tendo reunido meio milhar de pessoas.
Hilmer Escalona leu as razões que justificam a decisão, entre os quais que "a Revolução dos Cravos ou o Dia da Liberdade em Portugal foi um acontecimento de importância histórica e política para os seus cidadãos, com o nascimento da democracia em Portugal".
"O povo português pôs termo à ditadura devastadora de António de Oliveira Salazar de forma não violenta, através da aparente fragilidade de um cravo entregue a cada soldado", assim como "pela vontade imparável e consciente de escolher a liberdade e a democracia como formas de vida política para o progresso da humanidade, a sua defesa e consolidação", acrescentou o vereador.
A revolução "captou a atenção do mundo inteiro e mantém-se na memória coletiva como um momento de esperança e de câmbio", sublinhou Escalona.
Os acontecimentos do 25 de Abril de 1974 levaram a eleições constituintes e à independência das colónias de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Santo Tomé e Príncipe, "marcando o fim do colonialismo português em África e o início da uma nova era de autodeterminação e soberania para esses países", referiu a decisão do município.
"Um importante contingente de habitantes da República Portuguesa emigrou para terras venezuelanas a partir de meados do século XX, ficando profundamente enraizado na vida nacional, sendo um elemento construtor da Venezuela que hoje continua a ganhar forma com a certeza das suas mãos, especialmente na cidade de Caracas e de forma destacada no município de Chacao", recordou Escalona.
A Câmara Municipal de Chacao sublinhou ainda o trabalho do Instituto Português de Cultura, "destacada organização civil criada e integrada por cidadãos portugueses e seus descendentes com o objetivo de divulgar, promover e reconhecer através de diversas expressões, a memória viva e a identidade cultural lusitana com valores transcendentais do património humano".
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