O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse numa conferência de imprensa em Pequim que as acusações alemãs eram infundadas.
Wang reiterou a firme oposição da China a qualquer tentativa de difamar o gigante asiático e exigiu que a Alemanha mantenha uma vigilância adequada para evitar prejudicar as relações bilaterais.
"Exigimos que a Alemanha se abstenha de orquestrar campanhas de difamação maliciosas e que pare com qualquer espetáculo político contra a China", disse.
"Esta é a forma de manter a estabilidade e o desenvolvimento saudável das nossas relações", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
A embaixadora alemã em Pequim, Patricia Flor, disse na quinta-feira que tinha sido convocada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, o que descreveu nas redes sociais como "uma boa oportunidade para explicar algumas questões".
A diplomata disse ter deixado claro que a Alemanha não tolera a espionagem, independentemente do país que estiver em causa.
A polícia alemã deteve três pessoas na segunda-feira, suspeitas de colaborarem com os serviços secretos chineses e de lhes fornecerem dados sobre tecnologia militar.
O principal acusado é um homem de Bad Homburg (centro da Alemanha), que, segundo as autoridades, estava em contacto com uma agência de espionagem chinesa.
O suspeito era ajudado por um casal que possuía uma empresa em Dusseldorf (oeste), através da qual eram estabelecidos contactos com cientistas e investigadores alemães.
De acordo com o Ministério Público alemão, a informação fornecida à parte chinesa está alegadamente relacionada com componentes modernos que podem ser utilizados em motores de navios de guerra.
As acusações são de espionagem para uma potência estrangeira e de violação da lei de exportação.
O Presidente chinês, Xi Jinping, recebeu o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Pequim na semana passada e sugeriu-lhe que visse "as relações bilaterais numa perspetiva estratégica e de longo prazo".
"A China e a Alemanha são a segunda e a terceira maiores economias do mundo, e devem consolidar e desenvolver as suas relações", disse Xi na ocasião.
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