Universidade de Columbia adia retirada de estudantes pró-palestinianos

A Universidade norte-americana de Columbia adiou para a meia-noite de hoje (04h00 em Lisboa) o prazo para a retirada dos estudantes pró-palestinos do 'campus', ocupado para protestar contra a guerra em Gaza, anunciou.

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© Selcuk Acar/Anadolu via Getty Images

Lusa
26/04/2024 11:21 ‧ 26/04/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"As negociações progrediram e continuam conforme planeado", afirmou o gabinete do reitor da universidade de Nova Iorque, em comunicado.

Centenas de estudantes universitários norte-americanos estão reunidos em diferentes 'campus' de protesto contra a guerra em Gaza, exigindo que os Estados Unidos parem imediatamente quaisquer transações comerciais com Israel ou qualquer empresa que apoie o conflito.

A exigência tem origem no movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções, uma campanha de várias décadas contra as políticas de Israel em relação aos palestinianos, que ganhou um novo impulso com o prolongamento da guerra entre os israelitas e o movimento islamita Hamas, que se estende há mais de seis meses.

Os estudantes pedem que as universidades se demarquem de quaisquer empresas que contribuam de alguma forma para os esforços militares de Israel na faixa de Gaza e até mesmo daquele país, de uma forma geral.

Segundo o gabinete do reitor, não foi solicitada a intervenção policial, estando antes a decorrer negociações.

"Nós temos as nossas exigências, eles têm as deles", refere o gabinete no comunicado.

"Chamam-nos de terroristas, chamam-nos de violentos. Mas a única ferramenta que temos são as nossas vozes", alegou uma das estudantes no comício pró-Palestina, apresentando-se sob o nome de Mimi e citada pela agência de notícias francesa AFP.

O movimento estudantil pró-palestiniano-americano, que se generalizou nos 'campus' dos Estados Unidos começou há cerca de um semana na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, mas já se alargou a algumas das universidades mais prestigiadas do mundo, como Harvard, Yale e Princeton.

Inspirados pelos protestos a decorrer e pelas detenções de mais de 100 alunos da Universidade de Columbia, na semana passada, estudantes de universidades desde o Massachusetts à Califórnia estão a agrupar-se em acampamentos nos quais prometem ficar até que as suas exigências sejam correspondidas.

Os protestos têm sido organizados por movimentos estudantis, que incluem muitas vezes elementos locais de organizações como a Estudantes pela Justiça na Palestina e a Voz Judaica pela Paz. Os diferentes grupos têm atuado de forma independente, apesar de existir alguma coordenação.

Os responsáveis de várias universidades afirmam querer dialogar com os estudantes e apoiar o seu direito de manifestação, mas referem também as preocupações de muitos alunos judeus que acusam algumas das palavras e ações dos manifestantes de antissemitismo.

Os protestos nos campus universitários norte-americanos começaram logo após o ataque mortífero do Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro, que matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, e fez cerca de 250 reféns.

Durante a retaliação que se seguiu, Israel matou mais de 34 mil palestinianos na faixa de Gaza, de acordo com o ministério da Saúde do Hamas, que não faz distinção entre combatentes e civis, mas garante que mais de dois terços das vítimas mortais são mulheres e crianças.

Leia Também: Entre 80 a 100 mil palestinianos chegaram ao Egito desde início da guerra

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