Quénia quer 120 mil milhões para Banco Mundial ajudar países mais pobres
O Presidente do Quénia, William Ruto, defende hoje que a Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), o braço do Banco Mundial para os países mais pobres, deve ser reforçada com pelo menos 120 mil milhões de dólares.
© Getty Images
Mundo William Ruto
"Dada a enormidade dos desafios enfrentados pelos países africanos e as implicações globais desta emergência coletiva, apelamos aos nossos parceiros para que se juntem à nossa volta neste momento histórico de solidariedade e respondam eficazmente, aumentando a sua contribuição para a IDA", disse William Ruto na abertura de conferência de reabastecimento da IDA, que decorre hoje em Nairobi.
Vários presidentes africanos, entre os quais os de Madagáscar, Maláui, República Democrática do Congo, Argélia e Tanzânia, estão hoje reunidos para a sessão, que marca o início do 22.º ciclo de reabastecimento da IDA, depois de em 2021 terem sido angariados 93 mil milhões de dólares (86,7 mil milhões de euros), que poderão agora subir para 120 mil milhões de dólares, quase 112 mil milhões de euros, se o apelo do presidente anfitrião for atendido.
De três em três anos, os membros e doadores do Banco Mundial reúnem-se para rever o enquadramento da instituição e definir o financiamento para o próximo ciclo da IDA, a instituição do Banco Mundial que empresta a taxas de juro zero ou muito baixas aos países mais pobres do mundo, entre os quais estão todos os países africanos de língua oficial portuguesa, com exceção de Angola e Guiné Equatorial, países que por estarem na categoria de rendimento médio, não têm acesso aos empréstimos da IDA.
Criada em 1960, este braço do Banco Mundial é a maior fonte de financiamento para estes países, apesar da tendência de crescimento do endividamento comercial e bilateral com novos atores, como a China ou os países do Médio Oriente.
"É precisa uma injeção significativa de capital na IDA", disse Ruto, lembrando que no ano passado três quartos dos investimentos totais da IDA, no valor de cerca de 26 mil milhões de dólares, equivalente a 24,2 mil milhões de euros, foram para África.
No ano passado, o novo presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, disse que ia procurar um aumento de pelo menos 25% nas contribuições dos doadores e membros do Banco Mundial, prometendo imprimir mais eficiência à organização, nomeadamente reduzindo a burocracia, os requisitos de acesso ao financiamento e os procedimentos redundantes para aceder aos empréstimos.
Na sessão desta manhã, quase uma dezena de presidentes e líderes africanos passaram pelo palco de Nairobi para defender a importância do financiamento da IDA, como o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que afirmou: "A IDA é vital para o nosso financiamento e para nos colocar na trajetória de obtenção do nosso total potencial".
Nas intervenções, a Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu, defendeu o alargamento das maturidades destes empréstimos para 50 anos e deu o exemplo de como um empréstimos de 2 milhões de dólares, 1,8 milhões de euros, da IDA permitiu alavancar esse valor para um total de 60 milhões de dólares, quase 56 milhões de euros, para um projeto de fortalecimento da resiliência às cheias.
Também presente na reunião, o Presidente do Maláui, Lazarus Chakwera, foi ainda mais taxativo: "A IDA salvou o Maláui do abismo, ajudando a economia em tempo real cada vez que um desastre climático surge".
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