Segundo o porta-voz do Governo do Quénia, Isaac Mwaura, o número total de vítimas aumentou nas últimas 24 horas, depois de mais dez corpos terem sido recuperados e outras 20 pessoas terem sido dadas como desaparecidas.
Neste âmbito, há pelo menos 179 mortos (164 adultos e 15 crianças), aos quais se somam 125 feridos.
As inundações no Quénia já afetaram 31.341 casas, obrigando ao deslocamento de 195.011 pessoas, de acordo com últimos dados do governo.
As autoridades implementaram operações de ajuda nas zonas mais afetadas e organizações como a Cruz Vermelha estão a distribuir alimentos às pessoas que tiveram de abandonar as suas casas.
Um relatório da Autoridade Nacional de Gestão da Seca divulgado na terça-feira refere que as tempestades agravaram a falta de alimentos no Quénia, levando quase dois milhões de quenianos a necessitarem de ajuda alimentar.
Isaac Mwaura apelou aos cidadãos que fiquem alertas e sigam as instruções das autoridades, especialmente em áreas mais vulneráveis, como perto de barragens ou de outras reservas de água.
As tempestades no Quénia irão durar pelo menos até à próxima semana, com as chuvas a continuarem fortes em maio, de acordo com as previsões do Departamento de Meteorologia.
A precipitação estará acima da média durante todo o mês e, nalguns casos, poderá ultrapassar os 50 milímetros por hora (mais de 50 litros por metro quadrado).
A longa estação chuvosa decorre habitualmente entre março e maio, não só no Quénia, mas também noutros países da África Oriental, como os vizinhos Somália e Tanzânia. Nos últimos anos foi intensificada pelo fenómeno meteorológico El Niño, uma alteração na dinâmica atmosférica causada pelo aumento da temperatura do Oceano Pacífico.
O oeste, o centro e o sul do país -- incluindo a capital Nairobi -- têm suportado até agora o impacto, tendo o transbordar de um rio na segunda-feira atingido especialmente Nakuru, onde morreram pelo menos 71 pessoas.
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