Conselho de Segurança. África no topo das prioridades de Moçambique
Moçambique assumiu hoje a presidência mensal do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), durante a qual África estará no topo das prioridades, com várias reuniões a abordar a paz, segurança e desenvolvimento no continente africano.
© Lusa
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O embaixador moçambicano junto da ONU, Pedro Comissário Afonso, apresentou hoje à imprensa a sua agenda para o mês, tendo convocado dois eventos especiais para a sua presidência, entre eles um debate de alto nível sobre o reforço do papel dos Estados africanos na abordagem dos desafios globais de segurança e desenvolvimento, agendado para 23 de maio.
O segundo evento especial da presidência moçambicana acontecerá em 28 de maio e será um debate sobre o papel das mulheres e dos jovens na manutenção da paz e da segurança internacionais.
A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, deverá presidir à reunião.
"Tal como dissemos no ano passado, África estará sempre no topo das nossas prioridades", frisou o diplomata, acrescentando que procurará fazer a ligação entre paz, segurança e desenvolvimento no seu mandato.
Pedro Comissário Afonso anunciou estar a planear uma declaração presidencial sobre o papel das mulheres e dos jovens na manutenção da paz e da segurança, mas confessou não estar confiante na adoção da mesma, devido às fortes divergências que existem dentro do Conselho.
Este mês, o Conselho de Segurança realizará ainda o seu debate anual sobre a proteção dos civis, sendo esperada a presença do subsecretário-geral para Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, da presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric Egger, e de um representante da sociedade civil.
No geral, os temas africanos que serão abordados este mês serão a Líbia, Sudão, Sudão do Sul e Sahel.
Em relação ao Médio Oriente, o Conselho de Segurança tem reuniões agendadas sobre a Síria, Iémen, Iraque, Líbano e sobre a questão palestiniana.
O embaixador admitiu a possibilidade de reuniões adicionais sobre o Médio Oriente, dependendo dos desenvolvimentos na Faixa de Gaza e em Israel.
Precisamente sobre a guerra em Gaza, Pedro Comissário Afonso defendeu hoje que os palestinianos "têm o direito à legítima defesa", tal como "todas as pessoas no mundo", e acrescentou que o seu país apoia uma solução de dois Estados, em prol da autodeterminação, independência e soberania do povo palestiniano.
O representante permanente de Moçambique reiterou que o seu país apoia um cessar-fogo imediato e que irá encorajar esforços nesse sentido enquanto for presidente do Conselho.
No que diz respeito às questões europeias, está marcado um debate semestral sobre a Bósnia e Herzegovina, havendo ainda espaço para reuniões sobre a Ucrânia, caso se justifique.
Durante a presidência de Moçambique, os membros do Conselho receberão também informações sobre o Comité de Sanções da Coreia do Norte.
Esta é a segunda vez que Moçambique preside ao Conselho de Segurança no atual mandato de dois anos, para o qual tomou posse como membro não-permanente em janeiro de 2023.
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