Imprensa sublinha que França deve procurar "meio-termo" na visita de Xi

A viagem do Presidente chinês, Xi Jinping, a França constitui uma "oportunidade" para Paris ser "sincera" e "chegar a um meio-termo", com vista a "contribuir para a estabilidade da economia global", defendeu hoje a imprensa chinesa.

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© STEPHANE DE SAKUTIN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
06/05/2024 09:21 ‧ 06/05/2024 por Lusa

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"Espera-se sinceramente que a França chegue a um meio-termo com a China, promovendo uma maior cooperação bilateral em matéria de comércio e investimento, através de uma melhor comunicação e coordenação, contribuindo, em última análise, para a estabilidade e prosperidade da economia global", afirmou o jornal estatal Global Times, em editorial, numa altura de crescentes tensões económicas e comerciais entre a União Europeia (UE) e a China.

A Europa tem de ver a China de uma "perspetiva global", algo que "beneficiaria o mundo", porque "a China é uma oportunidade", afirmou He Zhigao, do Instituto de Estudos Europeus da Academia Chinesa de Ciências Sociais, citado pelo Global Times.

"Mas se a Europa ficar do lado dos Estados Unidos, só verá a China como um desafio", vincou.

Xin Hua, do Centro de Estudos da União Europeia da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, considerou que a orientação estratégica da França desempenha "um papel decisivo" na UE e que, enquanto os dois países mantiverem uma interação positiva, as relações entre Pequim e o bloco permanecerão "estáveis".

"Embora tenha havido altos e baixos nas relações entre China e UE, nos últimos anos, a atitude e a postura cooperativa da China e da França em muitas questões permaneceram estáveis. Desde o ano passado, os intercâmbios a todos os níveis entre a China e a Europa foram totalmente retomados e cada vez mais os europeus reconhecem a boa vontade da China", apontou.

"Para a Europa, a China é uma oportunidade e não um risco. Somos um parceiro e não um rival. De um modo geral, a vontade da Europa de cooperar com a China está a aumentar", acrescentou.

Os analistas citados pelo Global Times não mencionaram algumas das questões mais espinhosas da relação, como a situação dos Direitos Humanos na China ou as tensões comerciais, especialmente depois de Bruxelas ter anunciado medidas para combater práticas que considera injustas, nomeadamente a subvenção maciça de alguns setores que inundam o mercado europeu.

Analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, afirmaram hoje que as restrições europeias aos automóveis fabricados na China "não vão impedir" os principais fabricantes de automóveis chineses, desde a BYM à Chery Automobile, "de prosseguirem as suas ambições globais".

As tensões económicas e comerciais entre a UE e Pequim são um dos principais temas da visita de Xi a França, nomeadamente durante a reunião agendada para hoje no Palácio do Eliseu pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que convidou também a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a estar presente.

Leia Também: Presidente chinês volta à Europa após Covid-19 com Ucrânia na agenda

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