"Não posso morrer". Vítima lembra ataque em Sydney e fala da recuperação
Mulher lembrou o momento em que foi esfaqueada por Joel Cauchi, no dia 13 de abril, e o caminho percorrido desde então, tendo corrido risco de vida.
© Reprodução / Liya Barko
Mundo Sydney
Liya Barko, umas das sobreviventes do ataque mortal no centro comercial Westfield Bondi Junction, em Sydney, no passado dia 13 de abril, falou sobre a sua recuperação desde o dia fatídico, tendo ainda recordado o momento em que acordou e percebeu que estava viva.
A mulher, que ficou gravemente ferida no ataque que fez seis mortos, só recebeu alta hospitalar há uma semana e considera que o médico que a tratou foi fundamental para a sua recuperação.
"Lembro-me de um sorriso tão, tão aberto e de uma cara tão feliz", disse a mulher, de 35 anos, ao falar sobre o médico, em declarações à estação australiana 9News. "Ele estava tão feliz, nunca tinha visto alguém realmente tão feliz", acrescentou.
Liya passou 10 dias em risco de vida nos Cuidados Intensivos e considera que foi o médico sorridente que a encorajou a recuperar. "Pensei: 'Se eu morrer agora, vou destruir o turno dele. Por isso, não posso morrer agora porque ele está muito feliz", disse.
A mulher tinha tido a sua primeira aula de voleibol na manhã do dia 13 de abril e deslocou-se ao centro comercial para comprar uma bola para poder praticar. Foi nessa altura que se cruzou com o atacante.
"Ele olhou para mim e decidiu naquele momento, e depois olhei para a minha mão e estava a sangrar", lembrou.
"Quando estamos no chão, a sangrar, podemos ver a expressão de toda a gente e alguns deles estavam a chorar, estavam assustados... pelas suas vidas também", disse.
Foi um socorrista que ajudou a estancar a hemorragia e que terá salvado a sua vida.
"A minha pergunta é como é que isto aconteceu, porque é que um homem esquizofrénico estava lá fora com uma faca numa tarde normal de sábado, transformando-a num inferno?", questiona a mulher, ainda a recuperar.
Liya Barko, cresceu na Ucrânia, mas mudou-se mais tarde para a Argentina. A mulher tinha chegado a Sydney há 18 meses para estudar, ao mesmo tempo que trabalhava como empregada de limpeza.
Recorde-se que o atacante, Joel Cauchi, matou seis pessoas - Jade Young, Yixuan Cheng, Pikria Darchia, Faraz Tahir , Dawn Singleton e Ashlee Good - e deixou outras 12 feridas, antes de ser abatido pela polícia. Joel Cauchi, de 40 anos, tinha uma doença mental, o que afastou uma eventual motivação terrorista. A polícia acredita que o homem poderá ter tido como alvo mulheres.
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