Protesto de ucranianos em Lisboa para pedir Europa unida contra Rússia
A Associação de Ucranianos em Portugal (ACP) promove quinta-feira uma manifestação destinada a apelar aos cidadãos portugueses para apoiarem os partidos políticos de Portugal que defendem a Ucrânia nas eleições europeias de 09 de junho, anunciou hoje a organização.
© Reuters
Mundo Ucrânia
Numa publicação na respetiva página pessoal na rede social Facebook, o presidente da ACP, Pavlo Sadokha, sublinha que as eleições para o Parlamento Europeu são de "extrema importância" para a Ucrânia, "tanto para a vitória na guerra e reconstrução, quanto para o futuro da adesão à União Europeia (UE)".
"No dia 09 de maio [quinta-feira], Dia da Europa, teremos uma ótima oportunidade de apelar aos eleitores portugueses para apoiarem os partidos políticos que consistentemente apoiam a Ucrânia", afirma Sadokha.
A concentração, segundo o presidente da ACP, tem por lema "Uma Europa Unida de Kiev a Lisboa!", começará às 19:00 na Praça D. Pedro IV (Rossio), em Lisboa, onde será feito também um pronunciamento à sociedade portuguesa e aos partidos políticos para apoiarem a Ucrânia.
Num outro comunicado, a ACP lembra que muitos dos ucranianos que vivem em Portugal desde a primeira migração económica, na década de 2000, ao ouvir o Hino Nacional português, "coloca sinceramente a mão no coração".
"Portugal deu-nos algo essencial, sem o qual não se pode perspetivar o futuro. Ser uma pessoa livre num país livre é a condição mais importante para concretizar sonhos e oportunidades para cada indivíduo", lê-se no texto.
Na nota informativa, a ACP deixa duras críticas à invasão russa da Ucrânia, iniciada na península da Crimeia em 2014 e retomada, depois, a 24 de fevereiro de 2022, lembrando os anos da "opressão e servidão" durante a ocupação soviética do país, "que devastou e arruinou milhões de vidas".
"Muitos ucranianos aprenderam convosco (portugueses) a respeitar a própria história, língua, cultura, e também a respeitar os outros. Infelizmente, no século XXI, enfrentamos outro mundo. Um mundo de líderes agressivos que querem regressar ao passado totalitário, chantageando países independentes com uma nova guerra mundial ou uma catástrofe nuclear", sublinha a ACP.
"Mas nunca mais voltaremos a esse passado. Fizemos a nossa escolha e todos os dias pagamos um preço muito alto para resistir à agressão russa, algo que conseguimos também com a vossa ajuda", acrescenta.
Para a ACP, na cabeça do Presidente russo, Vladimir Putin, "existe apenas uma maneira de subjugar a Ucrânia livre e depois conquistar outros países livres: dividir o mundo democrático, dividir a Europa Unida".
"Putin não possui recursos infinitos para continuar a guerra. A sua maior força não reside no armamento nem no número de soldados. Ele continua a subornar agentes de influência individuais ou mesmo partidos políticos dentro da União Europeia. A sua principal força é a propaganda, a corrupção e o populismo", prossegue a ACP.
"Para isso, [Putin] não precisa de preocupar-se com o seu próprio povo, nem cumprir obrigações sociais e políticas. O que Putin mais teme é uma Europa democrática unida, de países livres, que constrói as suas relações com base em compromissos e numa concorrência saudável, considerando os interesses comuns", sustenta a associação de ucranianos em Portugal.
Nesse sentido no Dia da Europa, assinalado na quinta-feira, a ACP apela aos portugueses que façam a sua escolha em favor da Ucrânia, "que defende os valores europeus diante do fascismo totalitário da Rússia de Putin".
"Façam a escolha a favor do tutor da Paz, do Mundo Livre e da Europa unida: de Kiev a Lisboa!", conclui o documento.
As eleições para o Parlamento Europeu decorrerão entre 06 e 09 de junho, sendo o último dia aquele em que os portugueses irão às urnas para escolher os seus 21 representantes.
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