Após 21 mortes, Hamas pede para lançamentos aéreos de ajuda pararem

O Governo da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo islamita Hamas, pediu hoje o fim dos lançamentos aéreos de ajuda humanitária, após duas pessoas terem morrido, elevando para 21 o número de mortos em resultado destas operações.

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© ABOOD ABUSALAMA/Middle East Images/AFP via Getty Images

Lusa
09/05/2024 21:22 ‧ 09/05/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Repetimos que as operações de lançamento aéreo criam um perigo real para a vida das pessoas e não constituem uma solução para aliviar a crise alimentar no norte da Faixa de Gaza", afirmou em comunicado de imprensa Salama Marouf, chefe do gabinete de relações com a imprensa do Governo da Faixa de Gaza.

Segundo o comunicado, um pacote caiu num armazém não especificado e fez cair o telhado em cima de pessoas que aguardavam ajuda, provocando duas mortes e quatro feridos.

Para compensar a falta de ajuda entregue por via terrestre, devido ao bloqueio a que Israel sujeita a Faixa de Gaza desde o início da guerra com o Hamas, há mais de sete meses, a comunidade internacional começou a enviar auxílio através de lançamentos aéreos com paraquedas.

Já no final de março, as autoridades do Hamas falavam em 18 mortos e exigiram que estas operações "cessassem imediatamente", além da abertura de pontos de passagem terrestre.

Entre os mortos em resultado dos lançamentos aéreos, 12 morreram afogados enquanto tentavam recuperar alimentos que caíram no mar e seis em debandadas.

No início de março, testemunhas e fontes hospitalares afirmaram também que cinco pessoas tinham morrido e dez ficaram feridas quando os paraquedas com pacotes de ajuda não abriram.

A situação humanitária no território deteriorou-se ainda mais depois de Israel ter fechado o ponto de passagem de Kerem Shalom, no sul da Faixa de Gaza, no domingo, no seguimento de disparos de foguetes imputados ao Hamas terem matado quatro soldados israelitas e ferido cerca de dez.

O Exército israelita também fechou na manhã de terça-feira o ponto de passagem de Rafah com o Egito, por onde normalmente passa o combustível necessário ao funcionamento dos hospitais e à logística humanitária.

O Exército indicou ter reaberto Kerem Shalom na quarta-feira, mas a ONU e organizações humanitárias lamentaram no dia seguinte que "praticamente nenhuma ajuda entrou na Faixa de Gaza" nos últimos dois dias.

Os agentes humanitários acreditam que nem os lançamentos aéreos nem o porto artificial que os Estados Unidos acabaram de concluir permitirão a entrega de ajuda suficiente no território.

A UNICEF alertou hoje, pró sua vez, que as reservas de combustível na Faixa de Gaza estão por dias ou mesmo horas.

Em comunicado, a organização sublinhou que a atividade da UNICEF e dos seus parceiros requer combustível para transportar produtos essenciais e trabalhadores para ajudar as famílias, e as operações israelitas na região de Rafah e o encerramento de passagens fronteiriças ameaçam paralisar o esforço humanitário e levar à perda de vidas.

O conflito atual foi desencadeado por um ataque do Hamas em 7 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com Israel a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.

Leia Também: Hamas reitera acusação sobre intenção de Israel atacar Rafah

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