Os ativistas estão a convocar greves, a encerrar as ruas e autoestradas e a suspender as aulas nas universidades, tanto na capital, Erevan, como noutras cidades do país.
O líder do movimento de protesto, Bagrat Galstanyan, arcebispo da região de Tavush, lidera hoje uma coluna de centenas de pessoas que se dirigem às universidades para "despertar os estudantes".
O comité estudantil da Universidade Estatal de Erevan declarou que, pelo menos naquela instituição, as aulas foram suspensas e que os universitários aderiram à greve e aos protestos da oposição.
A oposição convocou para hoje às 18:30, no horário local (15:30 em Lisboa), uma nova manifestação de protesto contra Pashinyan na praça da República, na capital.
As forças de segurança alertaram os manifestantes que utilizarão todos os instrumentos previstos na lei em caso de ações ilegais que ameacem a ordem constitucional.
A oposição reuniu milhares de pessoas num comício de protesto no centro de Erevan, na quinta-feira, exigindo a demissão imediata do primeiro-ministro.
"Exigimos a renúncia de Pashinyan. Você tem uma hora para apresentar sua renúncia. Você não tem mais poder na República da Arménia", proclamou o arcebispo de Tavush, o primeiro afetado pelo acordo alcançado com o Azerbaijão para a delimitação da fronteira.
Galstanyan, que lidera o movimento de oposição "Tavush pela Pátria", chegou a Erevan na quinta-feira, após seis dias de caminhada desde a cidade de Kirants.
A Igreja Apostólica Arménia apoiou Galstanyan e considerou justificada a indignação popular com as alegadas concessões em Tavush sem receber em troca garantias de segurança.
Em resposta, Pashinyan alertou que se Erevan cumprisse as exigências da Igreja, uma nova guerra irá eclodir com o Azerbaijão, que nos conflitos recentes teve o apoio da Turquia.
O processo de demarcação acordado em meados de abril com o Azerbaijão, segundo o Governo arménio, está muito avançado e a fronteira na região de Tavush já está 90% delimitada.
As autoridades insistem que a delimitação da fronteira não afeta a área que essa República possuía nos tempos da União Soviética, mas implica a entrega ao Azerbaijão de alguns territórios que as forças de Erevan apenas controlavam desde o início da guerra Arménia-Azerbaijão na década de 1990.
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