Irlanda falha ensaio da Eurovisão e reúne-se de urgência com organização

Bambie Thug, representante da Irlanda na Eurovisão 2024, não participou no ensaio de hoje para a final devido a "uma situação" ocorrida no início da sessão que levou a pedir uma reunião urgente com a União Europeia de Radiodifusão (EBU).

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© Getty Images

Lusa
11/05/2024 15:45 ‧ 11/05/2024 por Lusa

Cultura

Eurovisão

"Ocorreu uma situação enquanto esperávamos para subir ao palco e participar no desfile de artistas, pelo que pedi a atenção urgente da EBU. A EBU levou este assunto a sério e discutimos que medidas tomar", explicou, nas redes sociais, Bambie Thug, artista que se assume como não-binário.

Thug pediu desculpas aos fãs por ter falhado o ensaio e terminou a sua mensagem com uma nota que deixa no ar a sua presença na final: "Espero ver-vos no palco esta noite".

A Irlanda não foi a única ausência no desfile, já que os representantes da Grécia e da Suíça, Marina Satti e Nemo, também não subiram ao palco naquele momento do ensaio.

Estas ausências ocorrem logo após o representante dos Países Baixos, Joost Klein, ter sido desclassificado do festival pela EBU por um "incidente" com uma pessoa da produção do concurso que está a ser investigada pela polícia sueca.

"Temos uma política de tolerância zero relativamente a comportamentos inadequados no nosso evento [...]. À luz disto, o comportamento de Joost Klein para com um membro da equipa é considerado uma violação das regras", explicou a EBU no seu comunicado.

"Tolerância zero". Eurovisão expulsa representante dos Países Baixos

Em causa está uma queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção do festival.

Notícias ao Minuto com Lusa | 11:32 - 11/05/2024

Os candidatos da Grécia, Suíça e Países Baixos participaram na conferência de imprensa após a segunda semifinal juntamente com a representante de Israel, cuja presença durante todo o festival foi altamente contestada pela ofensiva militar do seu país em Gaza.

Durante a conferência de imprensa, ocorreram alguns episódios retratados pelos meios de comunicação, como quando Marina Satti fingiu estar a dormir durante uma intervenção da israelita.

Na mesma ocasião, um jornalista polaco perguntou à cantora israelita sobre a sua responsabilidade no mais alto nível de alerta terrorista que Malmö estava a viver: "Ao estar aqui, é um risco para a segurança e um perigo para todos! Não se importa?", questionou o polaco.

Perante esta questão, o moderador da conferência de imprensa disse a Golan que, se não quisesse, não teria de responder. "Por que não?" Joost Klein interveio então em voz alta, um episódio que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

A emissora de rádio e televisão neerlandesa Avrotros classificou a exclusão de Joost Klein da final da Eurovisão de "desproporcional", após um incidente sem relação com a controversa participação de Israel.

Em comunicado enviado à AFP, a Avrotros disse estar "chocada com a decisão" da União Europeia de Radiodifusão (EBU). "Lamentamos profundamente esta situação e voltaremos à questão mais tarde".

A EBU, que supervisiona a competição, explicou que a polícia sueca está a investigar "uma denúncia feita por uma mulher da equipa de produção na sequência de um incidente ocorrido durante a noite da semifinal de quinta-feira".

"Enquanto o processo judicial prossegue, não seria apropriado que continuasse a participar na competição", afirmou a organização, em comunicado.

A secretária de Estado da Cultura neerlandesa, Fleur Gräper, considerou, em mensagem publicada nas redes sociais, que a decisão da EBU é "extremamente difícil, antes de mais, para Joost, mas é uma deceção para todos" os neerlandeses.

Na quinta-feira, durante a conferência de imprensa que se seguiu à semifinal da competição, Joost Klein, de 26 anos, chamou a atenção ao manifestar o seu desacordo com o facto de ter sido colocado ao lado da representante israelita, Eden Golan, tendo tapado o rosto com a bandeira dos Países Baixos em vários momentos da conferência.

No entanto, segundo a EBU, a sua exclusão não está relacionada com a sua atitude para com outras delegações.

Na sexta-feira, Joost Klein já tinha falhado ensaios gerais para a final.

Questionada pela AFP, a polícia sueca confirmou ter aberto uma investigação por "intimidação" e que o processo foi enviado ao Ministério Público.

Oficialmente apolítica, a Eurovisão foi abalada este ano pela guerra em Gaza, na Palestina.

A jovem cantora israelita Eden Golan, de 20 anos, ganhou o seu bilhete para a final com a canção "Hurricane", cuja versão inicial teve de ser modificada por se considerar que fazia alusão ao ataque do Hamas em Israel, em 07 de outubro.

Leia Também: Os países, os temas, a ordem das atuações. Guia para a final da Eurovisão

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