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Pelo menos duas crianças morrem em ataque contra hospital no Sudão

A organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou hoje que o ataque na noite de sábado contra um hospital pediátrico em Al-Fasher, no Sudão, matou pelo menos duas crianças e um cuidador.

 Pelo menos duas crianças morrem em ataque contra hospital no Sudão
Notícias ao Minuto

19:20 - 12/05/24 por Lusa

Mundo Sudão

O Hospital Pediátrico Babiker Nahar, na capital do estado de Darfur do Norte, foi bombardeado por aviões no âmbito dos combates entre o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército regular sudanês, que os MSF acusam de ser o responsável pelo ataque.

O ataque levou ao desabamento do teto da unidade de cuidados intensivos (UCI), resultando na morte de duas das crianças hospitalizadas.

Os MSF recordam que o hospital era um dos poucos centros pediátricos ainda em funcionamento desde o início do conflito armado, em abril de 2023.

"Recebia pacientes encaminhados de toda a região de Darfur porque muitos outros hospitais foram forçados a fechar. Agora, junta-se à lista de centros médicos que foram postos fora de serviço", salienta a ONG.

Na sexta-feira, 160 pessoas feridas chegaram ao hospital, incluindo 31 mulheres e 19 crianças no Hospital Al-Fasher Sul, que é apoiado pelos MSF, bem como no Hospital Pediátrico Babiker Nahar.

Um total de 25 desses feridos estava em estado crítico e acabou por morrer.

A coordenadora humanitária da ONU para o Sudão, Clementine Nkwita, manifestou hoje a sua preocupação com a utilização de "armas pesadas" nos combates em Al-Fasher.

"A utilização de armas pesadas e os ataques a zonas densamente povoadas no centro de Al-Fasher e à sua volta estão a causar muitas vítimas", afirmou, citada pelo diário Sudan Ajbar.

O exército sudanês e as milícias aliadas e as RSF responsabilizaram-se mutuamente pela morte de dezenas de civis durante os combates de sexta-feira em Al-Fasher, a capital histórica da região de Darfur, no oeste do país, e um dos principais epicentros da guerra que assola o Sudão desde abril do ano passado.

Al-Fasher está sob cerco paramilitar há semanas, uma vez que o exército sudanês e uma coligação de guerrilheiros liderada por uma fação do Movimento de Libertação do Sudão, dirigida pelo governador do Darfur, Minni Minawi, estão entrincheirados em vários bairros da cidade.

Atualmente, 1,5 milhões de pessoas vivem bloqueadas pelos combates, tanto na cidade como nos seus três principais campos de deslocados: Abu Shuk, Abu Shuk e Zamzam, nos arredores da cidade, que contam com mais de 500 mil pessoas e estão na linha da frente.

A RSF garantiu, no entanto, que não está a conduzir qualquer tipo de ofensiva e que o cerco permanece estático.

"Em março passado, comprometemo-nos a não avançar em direção ao quartel-general no centro da cidade. Estamos surpreendidos com este tipo de ataque, que ignora a presença de civis e utiliza os deslocados dos campos como escudos humanos", acrescentam.

Os paramilitares afirmam ter repelido 22 ataques das forças sudanesas nos últimos dias.

Leia Também: HWR acusa grupo RSF e aliados de realizarem limpeza étnica no Sudão

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