"Esperamos que a Presidente [georgiana] vete a lei", disse a porta-voz da Presidência norte-americana, Karine Jean-Pierre, à comunicação social.
Ainda "não é claro se o parlamento [georgiano] tentará passar por cima de um eventual veto, veremos o que faz, mas esta lei vai obrigar-nos, no fundo, a reavaliar a nossa relação com a Geórgia", observou.
"Comunicámos francamente as nossas preocupações em relação a esta legislação, que é contrária aos valores democráticos e que afastaria ainda mais a Geórgia dos valores da União Europeia, para não falar da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental)", acrescentou.
Horas antes, um porta-voz da diplomacia norte-americana tinha instado a Geórgia a "mudar de rumo".
Os Estados Unidos apoiam a aspiração da Geórgia de aderir à União Europeia, mas iniciativas "como esta legislação são incompatíveis com esse objetivo expresso", afirmou Vedant Patel.
"Gostaríamos de continuar a aprofundar a cooperação que temos com a Geórgia, e ainda há tempo para trabalharmos juntos", acrescentou o porta-voz do Departamento de Estado.
Os deputados georgianos adotaram hoje, em terceira e última leitura, um diploma controverso sobre a "influência estrangeira", inspirado numa lei russa para reprimir a oposição, apesar das manifestações contra o texto.
A lei exige que qualquer organização não-governamental (ONG) ou órgão de comunicação social que receba mais de 20% do seu financiamento do estrangeiro se registe como "organização que persegue os interesses de uma potência estrangeira".
O Governo da Geórgia insiste que o seu objetivo é apenas obrigar as organizações a serem mais "transparentes" quanto ao seu financiamento.
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