Meteorologia

  • 08 SEPTEMBER 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 26º

Órgão religioso do oeste da Líbia decreta 'jihad' contra presença russa

O Conselho Fatwa, principal órgão religioso do oeste da Líbia, considerou esta terça-feira a presença armada russa uma ocupação de um país "infiel e agressor" e destacou que a 'jihad' (guerra santa) é um "dever legal" do povo líbio.

Órgão religioso do oeste da Líbia decreta 'jihad' contra presença russa
Notícias ao Minuto

06:31 - 15/05/24 por Lusa

Mundo Líbia

"A obrigação de uma jihad defensiva contra a agressão russa não significa cair sob o controlo de outro ocupante, seja os Estados Unidos ou outros", pode ler-se num comunicado.

Este conselho alertou também que a denúncia do Ocidente desta presença russa "e a pretensão de cooperar para combatê-la é uma ameaça e uma mentira".

"Não devemos deixar-nos enganar", sublinhou, citado pela agência Efe.

O Corpo Africano da Rússia, a nova 'marca' das antigas forças paramilitares Wagner que contavam com cerca de 7.000 soldados no país do Magrebe, está destacado no leste e no sul, regiões controladas pelo marechal Khalifa Haftar, confirmaram esta segunda-feira fontes militares.

Os contingentes utilizam bases navais, aéreas e terrestres, como os portos de Tobruk e Sirte, bem como os aeródromos de Tamanhint, Al Khadim e Ghardabiya.

O embaixador russo na Líbia, Aidar Aghanin, confirmou este domingo, no canal local Al Ahrar, a presença de forças russas "com o conhecimento e aprovação" das autoridades orientais e garantiu que as informações anteriores "tinham sido exageradas e tornaram-se uma fantasm assustador."

A Líbia é considerada a porta de entrada do Corpo Africano da Rússia para o Níger, Mali e África Central, o que faz parte dos esforços de Moscovo para expandir a sua influência no continente africano e consolidar a sua legitimidade.

Em abril, os Estados Unidos manifestaram a sua preocupação com esta influência russa perante o Conselho de Segurança da ONU.

De acordo com a imprensa local, cerca de 1.800 mercenários russos chegaram nos últimos meses a esta região.

Depois do ex-chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que morreu num alegado acidente aéreo, ter encabeçado uma rebelião contra o Kremlin, o Ministério da Defesa russo criou esta empresa militar privada em dezembro passado, também composta por mercenários, mas desta vez sob controlo estatal.

A Rússia tem sido um aliado tradicional das autoridades líbias orientais, lideradas por Haftar, e rivais do Governo de Unidade Nacional (GUN), com sede em Trípoli, onde segundo fontes citadas pela Efe não há presença militar russa.

Também esta terça-feira a Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (Unsmil) revelou que quase 400 pessoas morreram ou ficaram feridas por minas antipessoal na Líbia durante os últimos cinco anos, enquanto as autoridades só conseguiram limpar 36% das terras perigosas identificadas.

A Missão acrescenta que ainda existem 436 milhões de metros quadrados contaminados.

Só no ano passado, 35 civis foram mortos ou feridos por dispositivos explosivos, 26 deles menores, razão pela qual o Centro de Ação contra as Minas da Líbia anunciou que irá desenvolver uma estratégia nacional em conjunto com o Centro Internacional para a Desminagem Humanitária em Genebra e com o apoio da Unsmil.

A Human Rights Watch (HRW) documentou o uso de minas terrestres pelas forças do ditador líbio deposto em 2011, Muammar Khadafi, bem como por combatentes estrangeiros e aliados do homem forte oriental, marechal Khalifa Haftar, durante a guerra civil de 2019, incluindo dispositivos explosivos improvisados (IED).

Leia Também: Mais de 400 migrantes chegaram a Lampedusa nas últimas 48 horas

Recomendados para si

;
Campo obrigatório