UE rejeita hostilidade para com Israel por advertir sobre invasão a Rafah
A União Europeia (UE) rejeitou hoje as acusações de hostilidade para com Israel por criticar Telavive pela decisão de invadir a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
© Getty Images
Mundo Médio Oriente
"[Josep Borrell] não é hostil para com Israel, apenas está a falar em nome da UE, exortando Israel a comportar-se na maneira como está a levar a cabo a operação contra os terroristas do Hamas", disse o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Peter Stano.
Em conferência de imprensa, em Bruxelas, o porta-voz do executivo comunitário acrescentou que essas são "as expectativas europeias".
A questão a Peter Stano surgiu na sequência de um comunicado emitido pelo Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros em nome de 26 dos 27 Estados-membros do bloco comunitário.
A nota de Borrell dizia taxativamente que se Israel continuasse as operações militares desta maneira - altamente criticadas pela comunidade internacional pela falta de proteção de civis - que colocaria Telavive "em tensões" com a UE.
Josep Borrell "não o fez em tom de hostilidade", considerou Peter Stano.
"Mas precisamos de demonstrar a nossa perspetiva sobre a terrível situação humanitária que a população de Gaza está a viver", rematou.
O conflito em curso na Faixa de Gaza foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 35.000 mortos, segundo o Hamas, que governa o pequeno enclave palestiniano desde 2007.
A retaliação israelita está a provocar uma grave crise humanitária em Gaza, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que já está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Rafah, na fronteira com o Egito, é o principal ponto de passagem da ajuda humanitária para Gaza e onde se refugiaram mais de um milhão de deslocados palestinianos oriundos de outras zonas do território.
Apesar dos apelos internacionais, Israel mantém a ação militar em Rafah, onde diz que estão as últimas unidades ativas do grupo extremista palestiniano Hamas.
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