"Este caso devia ser simplesmente abandonado. A administração Biden deveria tê-lo abandonado desde o primeiro dia. Mas agora é o momento certo para a administração Biden o abandonar. Por favor, aqueles que nos Estados Unidos têm o poder de tomar uma decisão, por favor, abandonem este caso agora. Não deixem que isto se prolongue por mais tempo", pediu, em declarações à porta do tribunal.
O Tribunal Superior de Londres aceitou esta manhã o pedido do australiano para recorrer contra a extradição após ouvir argumentos alegando que poderá não ser protegido pelas garantidas pela constituição norte-americana à liberdade de imprensa.
"Os juízes tomaram a decisão correcta", saudou, aliviada, Stella Assange, que também é advogada e ativista de defesa dos direitos humanos, à porta do tribunal.
Porém, questionou, "quanto tempo é que isto pode continuar?"
"Os Estados Unidos deviam ler a situação e desistir deste caso agora. Este é o momento certo para o fazer. Abandonar este vergonhoso ataque aos jornalistas, à imprensa e ao público, que se arrasta há 14 anos", afirmou.
O processo "está a ter um enorme impacto no Julian", disse, a propósito dos problemas de saúde física e mental que o impediram de estar presente na audiência.
O australiano está preso há cinco anos na prisão de alta segurança de Belmarsh, após ter passado confinado sete anos na embaixada do Equador em Londres em exílio voluntário.
Os Estados Unidos acusam Assange de 18 crimes de espionagem e de intrusão informática pelas revelações feitas no portal WikiLeaks, que em 2010 e 2011 expuseram violações de direitos humanos cometidas pelo exército americano no Iraque e no Afeganistão.
Entre os documentos estava um vídeo que mostrou um helicóptero de combate norte-americano a disparar sobre civis em julho de 2007, resultando em mais de uma dezena de mortos, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters.
De acordo com a Lei de Espionagem dos EUA de 1917 invocada pelas autoridades norte-americanas, Assange pode ser condenado até 175 anos de prisão.
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