Fretilin pede unidade para enfrentar desafios de desenvolvimento em Timor
A Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) pediu hoje unidade para enfrentar os desafios de desenvolvimento do país com política e programas que visem alcançar o bem-estar da população.
© Lusa
Mundo Fretilin
Numa declaração política, no parlamento timorense, o líder da bancada parlamentar do partido, Aniceto Longuinhos Guterres Lopes, afirmou que, para se "seguir em frente", é preciso considerar a importância dos valores defendidos pelos partidos fundadores da nação, que assinalou segunda-feira 22 anos de restauração da independência.
O deputado da Fretilin, líder da oposição timorense, referia-se aos valores defendidos pela Associação Social Democrata Timor-Leste (ASDT)/Fretilin, nomeadamente "unidade, justiça social, participação cívica".
"Para continuar a seguir em frente, precisamos de honrar e considerar a importância daqueles valores, unirmo-nos para enfrentar os desafios e tornar Timor-Leste um lugar onde todos possam contribuir para o bem-estar coletivo", salientou o deputado.
Aniceto Guterres Lopes admitiu que o país fez progressos, mas muitos desafios, "complexos e multidimensionais" permanecem, e que os princípios defendidos pelos fundadores estão a ser afetados pela "prática da corrupção, falta de transparência e concentração do poder político e económico nas mãos de um grupo de pessoas".
Concretamente, o deputado referiu-se à taxa de pobreza, que "coloca o país como um dos mais pobres da região", ao índice de desenvolvimento de capital humano, que também considerou muito baixo, aos graves problemas de nutrição que afetam a população, especialmente as crianças.
"Nós temos uma economia consumista que importa mais do que produz. O nosso fundo [petrolífero] está a diminuir à medida que enfrentamos o desafio demográfico e a limitada capacidade económica", disse o deputado.
Segundo o deputado da Fretilin, para avançar Timor-Leste precisa de "defender o Estado de Direito democrático" através da cooperação entre órgãos de soberania para "repelir tentativas de interferência e absolutismo" e combater a corrupção.
Aniceto Guterres Lopes pediu também uma reflexão aos políticos timorenses sobre o que foi bem e mal feito e o que precisa de ser feito, após 22 anos de restauração da independência.
Por último, o deputado pediu a todos para "regressarem aos valores que levaram à vitória na luta pela independência", principalmente à unidade, porque o país enfrenta muitos desafios.
"Unidade significa que há um objetivo comum e uma estratégica política clara", disse, lamentando que o petróleo timorense tenha servido apenas para enriquecer um grupo de pessoas enquanto a "maioria continua a depender da sorte".
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