"Grave". China condena felicitações de Blinken ao novo líder de Taiwan
A China condenou hoje as felicitações enviadas pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ao novo líder de Taiwan, William Lai, após a sua tomada de posse na segunda-feira.
© Getty Images
Mundo Wang Wenbin
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, considerou as observações de Blinken uma "grave interferência" nos assuntos internos da China e uma "violação flagrante" do princípio 'Uma só China'.
Em conferência de imprensa, Wang disse que as ações dos EUA "violam gravemente" o compromisso político assumido por Washington de "manter apenas relações culturais, comerciais e outras relações não oficiais" com Taipé.
"As ações dos EUA enviam um sinal errado às forças separatistas de Taiwan e só servem para aumentar as tensões no Estreito" da Formosa, afirmou.
O porta-voz da diplomacia chinesa revelou que Pequim apresentou uma "queixa formal aos Estados Unidos" e exigiu que Washington "retifique imediatamente este erro".
A reação de Pequim segue-se às felicitações enviadas por Blinken, na segunda-feira, pouco depois de Lai ter tomado posse como novo líder de Taiwan.
O principal diplomata norte-americano afirmou ainda, em comunicado, que Washington espera trabalhar com Lai "para fazer avançar os nossos interesses e valores comuns".
Lai, que assumiu o cargo em substituição de Tsai Ing-wen (2016-2024), também do Partido Democrático Progressista (DPP), disse no seu discurso de tomada de posse que "a paz não tem preço e a guerra não tem vencedores", e deixou clara a sua intenção de manter o atual status quo entre os dois lados do Estreito e não declarar a independência de Taiwan.
William Lai disse também que a República da China (nome oficial de Taiwan) e a República Popular da China "não estão subordinadas uma à outra" e que a soberania da ilha cabe aos seus 23 milhões de habitantes.
"Há quem chame a esta terra República da China, há quem chame Taiwan e há quem chame Formosa. Mas, qualquer que seja o nome usado para referir a nossa nação, nós brilharemos independentemente", assegurou no seu discurso.
O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera Taiwan parte do seu território e já avisou que uma proclamação formal de independência seria vista como uma declaração de guerra.
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