"Com este importante passo, queremos contribuir para relançar um processo político que ponha fim à violência e traga um futuro de segurança e prosperidade ao Médio Oriente", acrescentou Sánchez, na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
Pedro Sánchez anunciou na sua comparência hoje no Congresso dos Deputados que o Conselho de Ministros espanhol vai aprovar o reconhecimento da Palestina como Estado por Espanha no próximo dia 28 de maio, numa ação coordenada com a Irlanda e a Noruega.
Num comunicado hoje divulgado, Mahmud Abbas, já se tinha congratulado com o reconhecimento do Estado palestiniano por Espanha, Irlanda e Noruega, uma decisão que considera contribui para "a consagração do direito do povo palestiniano à autodeterminação na sua terra".
Contribui também "para a adoção de medidas reais de apoio à concretização da solução de dois Estados", acrescentou.
O anúncio hoje feito por Espanha, Irlanda e Noruega de que vão reconhecer o Estado da Palestina a 28 de maio ocorre em plena guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, em curso há mais de sete meses.
O Hamas controla Gaza desde 2007, depois de ter expulsado do território o partido Fatah, de Abbas, que governa a Cisjordânia.
Para Abbas, a decisão hoje anunciada "é um contributo dos países que acreditam que a solução dos dois Estados é uma opção que representa a vontade e a legitimidade internacional".
"É consistente com os princípios do Direito Internacional, que reconhece o direito dos povos a libertarem-se do colonialismo e da opressão e a viverem em liberdade, justiça e independência", defendeu, segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA.
O secretário-geral da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Hussein al-Sheikh, também considerou tratar-se de "um momento histórico, após longas décadas de luta nacional palestiniana, sofrimento, dor, ocupação, racismo, assassínio, opressão, abuso e destruição".
"Agradecemos aos países do mundo que reconheceram e reconhecerão o Estado independente da Palestina. Afirmamos que este é o caminho para a estabilidade, a segurança e a paz na região", afirmou.
Fundada em 1964 e liderada por Yasser Arafat de 1968 até à sua morte, em 2004, a OLP agregou diferentes movimentos palestinianos, incluindo o partido Fatah, do próprio Arafat.
Na sequência do acordo de paz israelo-palestiniano de 1993, foi criada a Autoridade Nacional Palestiniana, com sede em Rammallah, na Cisjordânia.
Mahmud Abbas, atualmente com 89 anos, é presidente da Autoridade Palestiniana desde janeiro de 2005, depois de um breve período em que o cargo foi exercido interinamente por Rawhi Fattuh, após a morte de Arafat, em novembro do ano anterior.
O anúncio de hoje significa que a Palestina passará a ser reconhecida por 11 Estados-membros da União Europeia, dado que Espanha e Irlanda se juntarão a Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Malta, Polónia, Roménia, Suécia e Eslováquia.
Nas Nações Unidas, já reconheceram unilateralmente o Estado da Palestina 137 dos 193 membros da organização, de acordo com a Autoridade Nacional Palestiniana.
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