"Estou particularmente preocupada com as ameaças de Israel de tomar medidas que cortariam o acesso dos bancos palestinianos aos bancos israelitas", disse Yellen numa conferência de imprensa na abertura da reunião dos ministros das Finanças do G7 (as sete maiores economias mundiais), que decorre em Stresa, no nordeste de Itália.
"Estes canais bancários são essenciais para as transações que permitem a importação de cerca de 8.000 milhões de dólares (7.370 milhões de euros) de Israel, incluindo eletricidade, água, combustível e alimentos, e facilitam cerca de dois mil milhões de dólares (1.840 milhões de euros) de exportações por ano, das quais os palestinianos dependem para a sua subsistência", sublinhou.
Yellen acrescentou que já alertou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, sobre este assunto.
"Creio que cortar o acesso dos bancos palestinianos aos seus homólogos israelitas criaria uma crise humanitária", insistiu a representante norte-americana, adiantando esperar que a questão seja levantada durante a reunião ministerial do G7 (grupo que integra Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, mais União Europeia).
"Espero que outros países manifestem a sua preocupação relativamente ao impacto de uma decisão deste tipo na economia da Cisjordânia", frisou, prosseguindo: "Penso que também teria consequências muito negativas para Israel".
Janet Yellen também se mostrou preocupada com o facto de Telavive reter os impostos que cobra em nome da Autoridade Palestiniana e que lhe deve pagar nos termos dos Acordos de Oslo assinados em 1994.
No entanto, depois do ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, Israel deixou de pagar todas estas receitas aduaneiras, alegando que se recusava a financiar o movimento islamita palestiniano, no poder na Faixa de Gaza desde 2007 e que considera uma "organização terrorista".
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