Médicos dizem que trataram centenas de pacientes na cidade de Lahore, no leste do Paquistão, enquanto dezenas foram levadas para hospitais nos distritos de Hyderabad, Larkana e Jacobabad, na província de Sindh, no sul do país.
"A situação tem piorado desde ontem [quarta-feira], quando as pessoas afetadas pelo calor começaram a chegar aos hospitais na província de Punjab", disse Ghulam Farid, um dirigente governamental da área da saúde.
O Paquistão criou centros de resposta a emergências em hospitais para tratar os pacientes afetados pelo calor. O serviço estatal de ambulâncias começou a transportar água engarrafada e gelo para dar tratamento de emergência, disseram as autoridades.
As temperaturas atingiram 49 graus Celsius na quarta-feira na cidade de Mohenjo Daro, no sul da província de Sindh, que já tinha sido atingida por chuvas de monções e inundações em 2022.
As temperaturas estão a subir até oito graus Celsius acima das temperaturas médias de maio nos últimos 20 anos, aumentando o receio de que glaciares situados no noroeste do Paquistão possam derreter e causar inundações.
A onda de calor deverá continuar durante pelo menos uma semana e os meteorologistas preveem que este mês as temperaturas subam até 55 graus Celsius em vários pontos do Paquistão.
As autoridades pediram às pessoas para permanecerem em casa, hidratarem-se e evitarem viagens desnecessárias. Mas muitos trabalhadores dizem que não têm escolha senão sair de casa porque precisam de ganhar dinheiro para alimentar as famílias.
Barakullah Khan, um oficial da proteção civil, pediu às pessoas que não colocassem cilindros de gás de cozinha em áreas abertas, como medida de segurança.
O dirigente alertou aqueles que moram perto de campos agrícolas que cobras e escorpiões poderiam entrar em casas e locais de armazenamento em busca de espaços mais frescos.
"O Paquistão é o quinto país mais vulnerável ao impacto das alterações climáticas. Testemunhámos chuvas e inundações acima do normal", disse a coordenadora do primeiro-ministro para o clima, Rubina Khursheed Alam, numa conferência de imprensa na capital, Islamabad.
O diretor regional da UNICEF para o Sul da Ásia disse que a agência das Nações Unidas para a infância "está profundamente preocupada com a saúde e a segurança dos bebés e das crianças pequenas, à medida que as condições debilitantes das ondas de calor se instalam em vários países".
Sanjay Wijesekera acrescentou que o aumento das temperaturas em toda a região pode colocar em risco a saúde de milhões de crianças se não estiverem protegidas e hidratadas.
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