Justiça ordena a Milei que entregue produtos alimentares que retém
A justiça argentina ordenou na segunda-feira ao governo do presidente ultraliberal Javier Milei que proceda "imediatamente" à distribuição de toneladas de ajuda alimentar junto das camadas mais pobres da população, que está a reter desde dezembro.
© Anna Moneymaker/Getty Images
Mundo Argentina
O juiz federal Sebastian Casanello ordenou ao Ministério do Capital Humano que forneça dentro de 72 horas uma lista detalhada dos géneros alimentícios retidos e que proceda "imediatamente" à sua distribuição.
O magistrado baseou a sua decisão em informação estatística que coloca mais de metade da população abaixo do limiar da pobreza.
A decisão judicial decorre de um processo iniciado em fevereiro por organizações sociais, depois da interrupção do fornecimento de produtos alimentares para as ditas sopas populares, pouco após a chegada de Milei ao poder.
O governo tinha justificado esta interrupção com a realização de uma auditoria das organizações sociais promotoras das sopas populares.
Recentemente, no parlamento, o governo disse que a auditoria tinha indicado que metade das sopas populares não existiam.
Este "negócio da pobreza", um dos cavalos de batalha do governo, conduziu em meados de maio a acusações e processos judiciais contra as sopas populares "fantasmas", por desvio de fundos.
O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, disse, em conferência de imprensa, que o governo iria recorrer da decisão do juiz, mas adiantou que os produtos em causa eram "reservas" destinadas a "urgências" ou situações de "catástrofe".
Segundo as organizações sociais, existem cerca de 45 mil sopas populares, mas um número indeterminado delas deixou de funcionar quando o abastecimento que recebiam do Estado foi interrompido.
A Igreja Católica argentina exigiu, no domingo, ao governo que entregue "rapidamente" os stocks de produtos alimentares que tem na sua posse.
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