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Reconhecer Estado da Palestina? "Não é uma decisão contra ninguém"

As palavras são do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, numa declaração institucional feita na manhã desta terça-feira, sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, que será hoje formalizado por Espanha.

Reconhecer Estado da Palestina? "Não é uma decisão contra ninguém"
Notícias ao Minuto

07:52 - 28/05/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Pedro Sánchez

O primeiro-ministro de Espanha, o socialista Pedro Sánchez, fez uma declaração institucional, na manhã desta terça-feira, sobre o reconhecimento do Estado da Palestina, passo que será formalizado no Conselho de Ministros.

"Na reunião de hoje do Conselho de Ministros, o Governo espanhol vai aprovar o reconhecimento do Estado da Palestina. A Espanha juntar-se-á assim aos mais de 140 países do mundo que já reconhecem a Palestina como um Estado. Trata-se de uma decisão histórica com um único objetivo: Ajudar os israelitas e os palestinianos a alcançar a paz", começou por dizer, na declaração transmitida a partir do Palácio da Moncloa, a sede do Governo de Espanha, citada pelo El País.

Sánchez esclareceu que não cabe a Espanha definir as fronteiras de outros Estados, pelo que o reconhecimento da Palestina que hoje fará o Conselho de Ministros tem como base as resoluções das Nações Unidas e os limites fixados em 1967, só reconhecendo alterações se forem acordadas entre as partes.

"Não é uma decisão que tomamos contra ninguém", acrescentou, garantindo que "não se trata apenas de uma questão de justiça histórica", mas também da "única solução" para alcançar a paz.

O primeiro-ministro afirmou ainda que o Estado palestiniano deve ser "viável" com a Cisjordânia e Gaza ligadas por um corredor e Jerusalém Oriental como capital - ambos os territórios unificados sob o governo "legítimo" da Autoridade Nacional Palestiniana. 

Segundo Sánchez, o reconhecimento do Estado da Palestina reflete "a rejeição frontal e categórica" do Hamas por parte de Espanha. "Esta decisão reflete a nossa rejeição frontal e retumbante do Hamas, que é contra a solução de dois Estados. A Espanha, como sabem, condenou desde o primeiro momento e com total força os ataques terroristas de 7 de outubro e essa condenação é o nosso compromisso absoluto na nossa luta contra o terrorismo", acrescentou.

O primeiro-ministro espanhol adiantou também que "a partir de amanhã" serão feitos "todos os esforços" para "tornar a solução de dois Estados uma realidade". 

De recordar que o Governo de Espanha vai reconhecer formalmente a Palestina como Estado esta terça-feira e prevê-se que a Irlanda e a Noruega façam o mesmo a partir também a parte de hoje, como anunciaram os três países na semana passada.

"Por justiça, por coerência e pela paz, Espanha reconhecerá a existência do Estado palestiniano no próximo dia 28 de maio", destacou o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, numa declaração no parlamento nacional na quarta-feira passada em que confirmou que este passo será dado através de uma resolução aprovada pelo Conselho de Ministros.

Os primeiros-ministros da Noruega, Jonas Gahr Store, e da Irlanda, Simon Harris, referiram também nessa mesma quarta-feira que Oslo e Dublin iriam reconhecer formalmente a Palestina no dia 28 de maio.

Eslovénia e Malta disseram que ponderam dar este passo em breve e somar-se a Espanha, Irlanda e Noruega.

Mais de 140 países reconhecem já a Palestina como Estado, alguns deles, membros da União Europeia (UE), como Bulgária, Chipre, República Checa, Hungria, Polónia, Roménia e Eslováquia, que deram o passo em 1988, antes de aderirem ao bloco europeu.

A Suécia fez o mesmo em 2014, cumprindo uma promessa eleitoral dos sociais-democratas então no poder.

Noruega (que não faz parte da UE), Espanha e Irlanda vão juntar-se a estes países num momento em que Israel tem em curso, desde outubro, uma ofensiva militar na Faixa de Gaza.

O conflito foi desencadeado pelo ataque do grupo islamita Hamas em solo israelita de 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou mais de 36.000 mortos e uma grave crise humanitária, segundo o Hamas, que governa o enclave palestiniano desde 2007.

[Notícia atualizada às 08h00]

Leia Também: Espanha, Noruega e Irlanda reconhecem hoje Estado palestiniano

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