O exército israelita anunciou que três soldados morreram em combate no sul da Faixa de Gaza, na quarta-feira, no âmbito da ofensiva de Israel em Rafah. Outros três soldados ficaram gravemente feridos nos mesmos combates, disse o exército, citado pela agência Reuters, sem fornecer mais detalhes.
A rádio pública israelita Kan revelou, no entanto, que os soldados foram feridos por um engenho explosivo que foi detonado num edifício em Rafah, onde Israel tem continuado a sua ofensiva, alegando estar a tentar abalar as formações do grupo extremista Hamas e resgatar reféns.
De acordo com o exército, mais de 290 soldados foram mortos desde o início da ofensiva terrestre contra a Faixa de Gaza.
No domingo, um ataque aéreo em Rafah resultou num incêndio de grandes dimensões num campo de refugiados, matando pelo menos 45 pessoas.
O exército israelita disse ter-se tratado de um "incidente devastador". "O nosso Exército lançou 17 quilos de explosivos, a quantidade mínima que os nossos aviões de combate podem lançar. As nossas munições, por si sós, não podem ter causado aquele incêndio devastador", disse o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando mais de 1.170 pessoas, na maioria civis.
Classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também 252 reféns, 124 dos quais permanecem em cativeiro e 37 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente e fez até agora na Faixa de Gaza mais de 36.000 mortos e de 81.000 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
[Notícia atualizada às 12h52]
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