Kuleba, que recebeu hoje na capital ucraniana o seu homólogo estónio, Margus Tsahkna, agradeceu a mudança de posição de alguns dos seus principais aliados, embora tenha sublinhado que Kiev agirá sempre no cumprimento do Direito Internacional, segundo informações recolhidas pela agência de notícias Unian.
"Isso não significa que tenhamos carta branca total. Devemos seguir os passos e as regras. Em geral, apreciamos muito a decisão e continuaremos a trabalhar com os nossos aliados na questão de ampliar as formas de uso deste armamento ", disse Kuleba durante uma conferência de imprensa.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, no final de fevereiro de 2022, as principais potências ocidentais forneceram dezenas de pacotes de ajuda militar a Kiev, incluindo mísseis de longo alcance e projéteis de artilharia, tanques e futuramente caças de combate F-16.
O debate atual sobre a ajuda fornecida à Ucrânia, quase dois anos e meio após o início da guerra, diz respeito aos aliados de Kiev permitirem que o país utilize equipamento militar doado contra as capacidades militares russas no seu próprio território.
Moscovo alertou que isto implicaria a participação destes Estados no conflito.
O secretário-geral da Aliança Atlântica (NATO), Jens Stoltenberg, indicou na semana passada que o levantamento das restrições às armas ocidentais para que a Ucrânia ataque a Rússia permitirá que Kiev se defenda, embora uma grande parte dos aliados esteja dividida nesta questão.
Uma nova ofensiva coordenada da Rússia, iniciada em 10 de maio, centrou-se na região nordeste de Kharkiv, mas Moscovo também tem jogado com a saturação das defesas ucranianas, em inferioridade de homens e armamento, em Donetsk, ao mesmo tempo que lança incursões nas regiões norte de Sumy e Chernihiv e realiza bombardeamentos diários contra infraestruturas energéticas.
No domingo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca (presidência), John Kirby, confirmou que o Presidente norte-americano, Joe Biden, concordou em permitir que a Ucrânia use algumas armas fornecidas por Washington para atacar solo russo, a fim de aliviar a "incrível pressão" que a Rússia exerceu sobre a região fronteiriça de Kharkiv.
A Ucrânia pediu permissão para usar as armas fornecidas pelos Estados Unidos para atacar "ameaças iminentes do outro lado da fronteira", disse Kirby, em declarações à estação televisiva ABC.
"Estamos a falar de posições militares, posições de armas, esse tipo de coisas. Bases logísticas que os russos estavam a usar para criar algum tipo de zona tampão para que pudessem continuar a atacar Kharkiv", indicou Kirby, acrescentando que a permissão é limitada a esta região e no que diz respeito aos tipos de alvos a atingir.
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