"Israel não quer um cessar-fogo e não quer resultados realistas. Por todas essas razões, transmitimos aos nossos mediadores que se deve chegar a um acordo que garanta ou confirme um cessar-fogo permanente e uma retirada completa da Faixa de Gaza", disse na terça-feira o porta-voz do grupo islamita Hamas, Osama Hamdan, durante uma conferência de imprensa.
Para o porta-voz do grupo palestiniano, a proposta apresentada na sexta-feira pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, que tem como eixo principal a cessação total das hostilidades no enclave, "não está de acordo" com a posição que Israel manteve em 06 de maio, quando se recusou a aceitar a um acordo com as mesmas exigências.
"Biden falou no seu discurso de um cessar-fogo permanente e de uma retirada abrangente, que recebemos positivamente e expressámos a nossa satisfação, mas a ocupação israelita só quer uma fase de negociações para poder recuperar os seus prisioneiros e depois retomar a sua agressão contra o nosso povo", afirmou o porta-voz.
Da mesma forma, Hamdan pediu aos mediadores que pressionassem Israel a adotar "uma posição clara" relativamente ao cessar-fogo permanente e à retirada completa das suas tropas no enclave palestiniano, onde o número de mortos ultrapassa agora os 36.500, segundo o Hamas.
E embora a última proposta anunciada por Biden tenha sido aceite por Israel, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Nentayahu, considerou-a "incompleta" e reiterou que o seu compromisso continua a ser "a vitória total contra o Hamas".
A guerra de Israel com o Hamas começou em 7 de outubro, após o grupo palestiniano entrar em território israelita e ter matado cerca de 1.200 pessoas e ter sequestrado mais de 240 pessoas.
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