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Sudão: Comunidade internacional chocada com ataque de quarta-feira

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, manifestou hoje a sua consternação pela morte de pelo menos 100 pessoas num ataque do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) no centro do Sudão.

Sudão: Comunidade internacional chocada com ataque de quarta-feira
Notícias ao Minuto

18:13 - 07/06/24 por Lusa

Mundo Sudão

"Estou profundamente chocado, mais uma vez, com os relatos de um massacre brutal de civis na aldeia sudanesa de Wad Al Noura, no estado de al-Jazira", afirmou Türk num comunicado.

O Alto Comissário indicou também que estes assassinatos sugerem que os princípios da distinção, da proporcionalidade e da precaução estão a ser violados pelas partes beligerantes no conflito sudanês.

A União Africana (UA) também condenou hoje o ataque, com o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki, a instar "a comunidade internacional a pôr fim de uma vez por todas" à guerra no Sudão.

Faki declarou estar "alarmado" com o facto de "a situação neste país continuar a deteriorar-se e estar a conduzir a uma fome aguda".

O presidente da comissão apelou ainda às partes que "ponham um fim incondicional aos combates e facilitem o acesso humanitário sem entraves à população necessitada".

De acordo com as agências da ONU, cerca de 18 milhões de pessoas no Sudão sofrem de fome e 3,6 milhões de crianças de desnutrição aguda.

A União Europeia (UE) reagiu hoje em choque às "informações credíveis de mais um massacre sem sentido", alegadamente cometido pelas RSF.

Em comunicado, o Alto-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, alegou que a UE está a tentar monitorizar a situação no Sudão, em cooperação com as Nações Unidas, para identificar violações dos direitos humanos no último ano "para assegurar que os responsáveis por estes crimes são totalmente responsabilizados".

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reagiu quinta-feira ao ataque, reiterando o seu apelo ao "silenciamento das armas em todo o Sudão e ao empenhamento numa paz duradoura".

O Comité de Resistência - uma organização de cidadãos encarregada de contabilizar as vítimas e os deslocados - da região afirmou na quarta-feira que o grupo paramilitar RSF bombardeou Wad al Nura com armas pesadas "durante horas" e depois invadiram a aldeia em veículos de combate e motos, de onde "dispararam indiscriminadamente contra os cidadãos".

O balanço preliminar, disse o comité, é de pelo menos 104 mortos e mais de 90 feridos.

Em resposta às acusações, as RSF confirmaram na quinta-feira que estiveram em confrontos com uma "força conjunta do exército sudanês", dos serviços secretos e de uma brigada do partido islamita Congresso Nacional - ao qual estão filiados vários elementos das forças armadas - em três quartéis diferentes em Wad al Nura.

"A batalha durou mais de duas horas e o inimigo utilizou todo o tipo de armas pesadas e ligeiras", declararam as RSF, que acrescentaram ainda que oito combatentes morreram nos confrontos.

Todavia, os paramilitares declararam estar surpreendidos com as acusações de terem matado mais de 100 civis, e negaram tais atos.

Uma atualização da Organização Internacional para as Migrações (OIM), divulgada quinta-feira, indica que já são quase dez milhões as pessoas deslocadas devido à guerra, naquela que é já considerada a pior crise de deslocação interna do mundo.

A agência das Nações Unidas dá conta de que há 9,9 milhões de pessoas deslocadas em 18 estados do país, incluindo 7,1 milhões desde o início do conflito e 2,8 milhões deslocados anteriormente. Mais de metade destas pessoas são mulheres e mais de um quarto são crianças com menos de cinco anos.

Leia Também: António Guterres condena massacre de mais de 100 pessoas em Al-Jazira

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