Quénia vai enviar força para Haiti "provavelmente na próxima semana"
O envio de polícias quenianos para o Haiti, no âmbito de uma missão apoiada pelas Nações Unidas, deverá acontecer "provavelmente na próxima semana ou na seguinte", disse hoje o Presidente queniano, William Ruto.
© JUNG YEON-JE/AFP via Getty Images
Mundo Haiti
O Quénia, um país da África Oriental, vai liderar a missão, aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) em outubro, enviando 1.000 polícias para o Estado das Caraíbas, um país assolado pela violência. Outros países (Benim, Bahamas, Bangladesh, Barbados, Chade) também devem contribuir para a força.
"Provavelmente, na próxima semana ou na semana seguinte, estaremos a enviar polícias para restaurar a paz" no Haiti, declarou o chefe de Estado queniano no âmbito de uma visita a Nakuru, no centro do país.
Durante uma visita de Estado aos Estados Unidos, William Ruto já tinha dito à BBC, a 25 de maio, que esperava que as forças quenianas chegassem dentro de cerca de três semanas. A 31 de maio, o Presidente queniano afirmou estar confiante de que os agentes policiais seriam enviados em breve.
A missão, na qual os Estados Unidos estão fortemente envolvidos do ponto de vista logístico - embora não forneçam homens - destina-se a apoiar a polícia haitiana na luta contra os bandos que aterrorizam a população.
País pobre das Caraíbas, o Haiti sofre há décadas de uma instabilidade política crónica.
A capital, Port-au-Prince, está 80% nas mãos de bandos de criminosos, acusados de numerosos abusos, nomeadamente assassinatos, violações, pilhagens e raptos com pedido de resgate.
A população enfrenta também uma grave crise humanitária, com escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais.
No Quénia, a operação foi alvo de críticas intensas e de ações na justiça.
Em meados de maio, um partido da oposição interpôs um novo recurso para impedir a operação, acusando o Governo de "desrespeito pelo tribunal". O tribunal tinha considerado a operação "inconstitucional, ilegal e inválida" em 26 de janeiro, mas o Governo manteve-a.
A organização não-governamental "Human Rights Watch" afirmou também num comunicado de imprensa publicado no final de maio que, além dos processos judiciais, a missão enfrentava questões de "respeito pelos direitos humanos" e de financiamento.
A polícia queniana é frequentemente acusada pelos defensores dos direitos humanos de uso excessivo da força e de execuções extrajudiciais.
De acordo com a ONG, o "fundo fiduciário" da operação recebeu até agora 21 milhões de dólares, muito abaixo dos 600 milhões de dólares de custo total estimado.
Perante as críticas, William Ruto - que pretende impor o Quénia na cena internacional - defendeu uma "missão para a humanidade", num país que diz ter sido devastado pelo colonialismo.
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