EUA consideram sem credibilidade acusações contra jornalista detido na Rússia
Os Estados Unidos da América (EUA) consideraram hoje as acusações russas contra o jornalista norte-americano Evan Gershkovich sem qualquer credibilidade e voltaram a pedir a libertação imediata do repórter do jornal The Wall Street Journal.
© REUTERS/Tatyana Makeyeva
Mundo Rússia
O Ministério Público russo anunciou hoje que Evan Gershkovich vai em breve ser julgado por espionagem, sendo acusado de ter recolhido informações sobre uma fábrica de tanques para a CIA (serviços de informação norte-americanos).
Segundo o Ministério Público russo, o julgamento do correspondente do The Wall Street Journal na Rússia vai decorrer em Ekaterinburg, nos Urais, onde foi detido em março de 2023.
"Estas acusações não têm qualquer credibilidade", declarou aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, acrescentando que "as acusações são falsas e que o Governo russo sabe disso".
Repórter do The Wall Street Journal, Evan Gershkovich foi detido pelo FSB (serviços secretos russos, herdeiros do soviético KGB) durante uma reportagem em Ekaterinburg, nos Urais, e incorre numa pena até 20 anos de prisão.
A Rússia nunca fundamentou as acusações e nem apresentou publicamente quaisquer provas. Todo o processo foi classificado como secreto.
Evan Gershkovich rejeita as acusações de "espionagem", assim como o fazem os EUA, o jornal em que trabalha, o seu círculo próximo e a sua família.
Em comunicado, o jornal The Wall Street Journal condenou o que considerou tratar-se de "uma farsa escandalosa" da Justiça e apelou ao Governo dos Estados Unidos para que "ajude a garantir a libertação imediata" do jornalista.
Gershkovich está na prisão de Lefortovo, em Moscovo, conhecida pelas duras condições e o prazo da prisão preventiva termina no próximo dia 30.
Gershkovich é o primeiro repórter norte-americano a ser detido sob acusação de espionagem na Rússia desde setembro de 1986, quando Nicholas Daniloff, correspondente em Moscovo do U.S. News and World Report, foi detido pelas autoridades de segurança russas.
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