"O Governo da Venezuela condena energicamente o processo de expropriação da empresa CITGO, que continua a ser levado a cabo pelas autoridades dos EUA, sob o subterfúgio de um processo judicial de venda forçada de ações que é claramente contrário ao direito [à lei]", explica um comunicado.
O documento, divulgado pela vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, explica que a petrolífera CITGO "é um importante ativo estratégico" da PDVSA e que a sua venda forçada constitui um novo episódio da agressão de instituições dos EUA contra a Venezuela, para "espoliar" o povo venezuelano dos bens que lhe pertencem, em aberta transgressão das regras que regem a coexistência pacífica entre Estados e em conluio com fatores extremistas servis a Washington.
"O Governo venezuelano e a PDVSA foram excluídos da venda judicial da CITGO e impedidos de defender os seus direitos nos tribunais americanos. Para isso, as autoridades norte-americanas contaram com a cumplicidade do grupo de crime organizado que se autodenomina 'Assembleia Nacional de 2015', liderado por Juan Guaidó, Leopoldo López, Júlio Borges [opositores] e o elenco de apelidos do neofascismo venezuelano, que desde 2019 procuram usurpar as instituições e a representação da República e das suas entidades no exterior", explica o documento.
No comunicado, a Venezuela reitera que não reconhece nem reconhecerá a venda forçada da CITGO, e insiste que que está a ser levada a cabo em flagrante desrespeito pelas garantias económicas, o devido processo legal e o direito de defesa.
E reafirma ainda que continuará a adotar todas as medidas ao seu alcance para impedir a consumação da expropriação definitiva da CITGO, reservando-se o direito de agir contra qualquer empresa ou pessoa que adquira as ações, facilite a compra ou negoceie com os ativos da CITGO, assim como contra os responsáveis pela expropriação.
"O povo venezuelano saberá responder, em grande unidade nacional, para condenar este roubo descarado do Governo dos EUA e dos criminosos do extremismo venezuelano", conclui.
Segundo a imprensa local, um tribunal dos EUA iniciou, na semana passada, a receção de ofertas da CITGO, a 7.ª maior refinaria de petróleo em território norte-americano.
Ainda segundo a imprensa local, algumas das empresas que estariam a realizar ofertas de compra são petrolíferas que têm recursos internacionais em tribunais contra a Venezuela, entre elas a ConocoPhillips e a Crystallex, entre outras.
Em janeiro de 2019, o então presidente do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, jurou publicamente assumiu as funções de presidente interino do país até afastar o Presidente Nicolás Maduro do poder.
Guaidó foi reconhecido por mais de 50 países, entre eles os EUA, em nesse mesmo ano nomeou uma junta de direção para a CITGO, que não responde a Nicolás Maduro.
A CITGO, segundo a imprensa venezuelana, produz 807.000 barris diários de petróleo.
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