Stoltenberg indicou ainda, no início de uma reunião com o Presidente norte-americano Joe Biden em Washington, que os países membros da NATO, aliança da qual Portugal faz parte, "estão a aumentar os seus gastos militares em 18% este ano".
É "o maior aumento em décadas", frisou o secretário-geral da NATO, que tem 32 membros.
O número apresentado representa um aumento de quase quatro vezes em relação a 2021. Apenas seis nações estavam a atingir o objetivo nesse ano, antes da invasão em grande escala da Ucrânia pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
"Os europeus estão a fazer mais pela sua segurança coletiva do que há apenas alguns anos", frisou Stoltenberg.
O Presidente dos EUA realçou que a aliança se tornou "maior, mais forte e mais unida do que nunca" durante o mandato de Stoltenberg.
Biden falou afetuosamente de Stoltenberg, chamando-o de amigo e referindo que desejava que Stoltenberg, que é secretário-geral da OTAN desde 2014, pudesse cumprir outro mandato quando o atual expirar, em outubro.
"Juntos, dissuadimos novas agressões russas na Europa. Fortalecemos o flanco oriental da NATO, deixando claro que defenderemos cada centímetro do território", sublinhou.
Stoltenberg observou que os aliados estavam a comprar mais equipamento militar dos EUA.
"Portanto, a NATO é boa para a segurança dos EUA, mas a NATO também é boa para os empregos nos EUA", vincou.
Os membros da NATO concordaram no ano passado em gastar pelo menos 2% do seu produto interno bruto na defesa. O aumento dos gastos reflete as preocupações com a guerra na Ucrânia.
Alguns países também estão preocupados com a possível reeleição do antigo presidente Donald Trump, que caracterizou muitos aliados da NATO como aproveitadores das despesas militares dos EUA e disse durante a campanha que não defenderia os membros da NATO que não cumprissem as metas de gastos com defesa.
"As mudanças nas administrações dos EUA tiveram o argumento absolutamente válido de dizer que os aliados dos EUA estão a gastar muito pouco", destacou Stoltenberg, aos jornalistas.
A visita de Stoltenberg lança as bases para o que se espera ser uma cimeira crucial dos líderes da NATO em Washington no próximo mês.
A aliança militar cresceu em força e tamanho desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, há dois anos, com a adesão da Suécia e da Finlândia.
Os gastos com defesa de muitos países europeus caíram depois que o colapso da União Soviética em 1991 pareceu neutralizar o que era então a principal ameaça à segurança do Ocidente.
Mas depois de a Rússia ter tomado a Península da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, os membros da NATO concordaram por unanimidade em gastar pelo menos 2% do seu PIB na defesa no prazo de uma década.
A invasão em grande escala que Putin lançou em 2022 estimulou os países europeus recentemente na linha da frente de uma guerra no coração da Europa a investirem mais recursos para atingir essa meta.
Espera-se que grande parte do foco da cimeira aborde o que a NATO e os governos dos membros da NATO podem fazer pela Ucrânia, à medida que este enfrenta ataques aéreos e terrestres implacáveis do seu vizinho mais poderoso.
[Notícia atualizada às 22h54]
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