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Netanyahu critica "política mesquinha" de aliados e pede unidade

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, criticou hoje a "política mesquinha" que diz estar a ser levada a cabo por parte dos aliados na coligação governamental e apelou à unidade para derrotar o grupo palestiniano Hamas e recuperar os reféns.

Netanyahu critica "política mesquinha" de aliados e pede unidade
Notícias ao Minuto

19:31 - 19/06/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

"Estamos em guerra em várias frentes e enfrentamos grandes desafios e decisões difíceis, por isso exijo firmemente que todos os parceiros da coligação trabalhem e estejam à altura da situação", afirmou Netanyahu num vídeo publicado nas suas redes sociais.

Para o líder israelita, "este não é o momento para fazer política mesquinha", e também se referiu a bloqueios na coligação de um controverso projeto de lei que mudaria drasticamente a forma como os rabinos municipais são nomeados.

Netanyahu defendeu que essas diferenças apenas colocam em perigo a batalha contra os "inimigos" de Israel.

"Vamos ficar juntos, atrás das nossas tropas", afirmou, insistindo na tarefa de "derrotar o Hamas" e "trazer de volta todos os reféns".

Estes comentários surgem depois de o seu partido, o Likud, ter sugerido que o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, divulgou "segredos de Estado", no seguimento de relatos na imprensa de que Netanyahu lhe propôs fazer parte de um grupo restrito que receberia atualizações de informações sensíveis em troca de apoio à referida lei.

O primeiro-ministro de Israel decidiu retirar da agenda da sessão plenária do parlamento o polémico projeto de lei, que ampliaria a influência do rabinato nas autoridades locais do país, gerando críticas dos ultraortodoxos na coligação governamental.

De acordo com o jornal The Times of Israel, Netanyahu ordenou a mudança após consultar o líder da coligação no parlamento, Ofir Katz, que deveria remover dois deputados do partido governamental Likud da Comissão de Constituição, Lei e Justiça devido à sua oposição ao projeto.

Em resultado, o líder do partido ultraortodoxo Shas, Aryeh Deri, alertou para um possível colapso da coligação devido à "perda de controlo" de Netanyahu, segundo uma conversa entre ambos, divulgada pela estação de televisão Channel 12.

As críticas ao projeto derivam do custo para os contribuintes dos salários de centenas de novos rabinos em bairros de Israel, um reflexo do aumento do peso das fações ultraortodoxas desde a formação do executivo em janeiro de 2023, quando Netanyahu precisou do apoio dos grupos radicais para garantir o regresso ao poder.

O projeto prevê que o rabinato e o Ministério dos Assuntos Religiosos controlem as nomeações dos rabinos nos bairros e municípios, que recebem salário público, substituindo o sistema atual, em que os gabinetes dos autarcas têm jurisdição sobre essas designações.

Por sua vez, o líder da oposição israelita, Yair Lapid, afirmou que Netanyahu "está a começar a entender que há pessoas no Likud que não querem continuar a suportar esta vergonha", indicando que o próximo teste é a lei do recrutamento.

O Governo liderado por Netanyahu, o mais à direita da história de Israel, pondera acabar com a isenção do serviço militar para os ultraortodoxos em resultado do atual contexto de guerra, desencadeado pelo ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Desde então, as forças israelitas têm em curso uma vasta operação militar na Faixa de Gaza, onde já morreram mais de 37 mil pessoas, na maioria civis, num conflito que ameaça alastrar ao Líbano e a outras regiões do Médio Oriente.

Leia Também: Netanyahu retira projeto sobre nomeação de rabis e aumenta críticas

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