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Condições de prisão do opositor russo Yashin estão a degradar-se

As condições de encarceramento do opositor russo Ilya Yashin, preso por condenar crimes imputados à Rússia na Ucrânia, deterioraram-se, com a sua transferência para uma cela de castigo, indicou hoje o seu advogado.

Condições de prisão do opositor russo Yashin estão a degradar-se
Notícias ao Minuto

18:15 - 20/06/24 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Ilya Yashin, próximo do opositor Boris Nemtsov, assassinado em 2015, foi condenado no final de 2022 a oito anos e meio de prisão por ter condenado o "assassínio de civis" na cidade ucraniana de Bucha, em 2022.

Segundo o seu advogado, Mikhail Biryukov, Yashin foi na semana passada transferido para uma cela com condições de encarceramento ainda mais severas, entre as quais "uma restrição das deslocações na área da colónia prisional, para [recolher] encomendas e [receber] visitas".

O próprio opositor russo tinha revelado, numa mensagem divulgada na terça-feira pela família nas redes sociais, que estava detido numa "cela punitiva", o que descreveu como "difícil, tanto a nível emocional como físico".

Assegurou, contudo, estar "de coração tranquilo e moralmente preenchido", porque tal significa que a sua luta contra o poder "está a inspirar as pessoas".

Yashin compareceu hoje em tribunal, por videoconferência, para contestar o estatuto de "agente estrangeiro" que lhe foi imposto pelas autoridades russas.

Surgiu sorridente atrás das grades, com um fato de prisioneiro e, na parede da cela, uma bandeira com a águia bicéfala russa.

"A lei sobre os agentes estrangeiros é um instrumento de combate à dissidência (...). Intimida aqueles que ousam criticar o Governo", denunciou.

Os seus pais, presentes no tribunal, juntamente com uma vintena de apoiantes, declararam-se "preocupados" com o destino do filho, embora mantendo a "confiança nele".

"Ele resistirá a tudo", garantiu a mãe, Tatiana Yashina.

Galina, uma estudante de 18 anos que veio apoiar o opositor russo, explicou que "admira o seu idealismo".

"Ele inspira-me. Quero agir da mesma forma, quero viver da mesma forma", declarou, citada pela agência de notícias francesa AFP.

Outro opositor ao regime do Presidente russo, Vladimir Putin, Vladimir Kara-Murza, também viu agravadas as condições do seu encarceramento, indicou na quarta-feira à noite o seu advogado, Vadim Prokhorov, que teve de fugir da Rússia.

Segundo Prokhorov, Kara-Murza foi enviado para uma cela de castigo por um período de seis meses, por não ter mantido as mãos atrás das costas "durante alguns segundos", depois de tal lhe ter sido ordenado.

Para Kara-Murza, que sobreviveu a dois envenenamentos antes de ser preso, "estas condições constituem tortura e representam um risco real para a sua saúde e a sua vida", alertou o advogado na rede social Facebook.

Quase todos os opositores a Putin estão na prisão ou exilados no estrangeiro, devido a uma dura e generalizada repressão na Rússia.

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