Blinken "enfatizou a importância de evitar uma nova escalada do conflito e de alcançar uma solução diplomática que permita às famílias israelitas e libanesas voltarem para casa", revelou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado após uma reunião do norte-americano com o ministro da Defesa israelita Yoav Gallant, de visita a Washington.
A guerra entre Israel e o Hamas desencadeou uma escalada militar na fronteira norte de Israel com o Líbano, aumentando o receio de uma extensão do conflito.
As trocas de tiros entre o Exército israelita e o grupo xiita libanês Hezbollah, um poderoso movimento islâmico aliado do Hamas, armado e financiado pelo Irão, levaram à deslocação de dezenas de milhares de residentes das zonas fronteiriças do sul do Líbano e do norte de Israel.
O chefe da diplomacia norte-americana também insistiu na necessidade de Israel fazer mais para entregar ajuda humanitária à sitiada Faixa de Gaza, e falou de "esforços diplomáticos para garantir a segurança, governação e reconstrução em Gaza" uma vez terminado o conflito, pode ler-se no comunicado.
Nas declarações feitas antes das reuniões, o ministro da Defesa israelita comprometeu-se a fazer tudo para o regresso dos reféns de Gaza e apelou a uma cooperação estreita com os Estados Unidos, depois das tensões das últimas semanas.
Yoav Gallant reuniu-se com o chefe da CIA, Bill Burns, o principal responsável norte-americano pelas negociações destinadas a obter um cessar-fogo e a libertar os reféns detidos pelo Hamas.
O governante israelita não fez mais comentários depois de deixar a reunião de mais de duas horas com Blinken, enquanto várias dezenas de manifestantes pró-Palestina reunidos em frente ao Departamento de Estado gritavam "criminosos de guerra".
Nas últimas semanas, dezenas de milhares de israelitas têm protestado contra a gestão da guerra em Gaza e a incapacidade do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de negociar a libertação dos reféns.
A visita de Gallant a Washington ocorre depois de uma semana de tensões entre Israel e Washington sobre a entrega de armas, num cenário de desastre humanitário em Gaza.
"A aliança entre Israel e os Estados Unidos (...) é extremamente importante", sublinhou Gallant, acrescentando que os laços com Washington "são o elemento mais importante para o nosso futuro do ponto de vista da segurança".
O ministro da Defesa israelita também se deve reunir hoje com autoridades na Casa Branca e conversar com o seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin.
A Faixa de Gaza é cenário há mais de oito meses de uma ofensiva militar israelita que foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel que causou cerca de 1.200 mortos, a maioria civis, e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Das 251 pessoas raptadas a 07 de outubro, 116 continuam detidas em Gaza, 41 das quais mortas, de acordo com o exército israelita.
A campanha militar israelita lançada em represália contra o pequeno território palestiniano já causou mais de 37 mil mortos, a maioria civis, e provocou uma grave crise humanitária, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, que governa o enclave desde 2007.
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