O Supremo Tribunal de Israel declarou, esta terça-feira, que homens ultraortodoxos devem alistar-se no serviço militar do país.
A decisão pode levar a um colapso do governo de Benjamin Netanyahu. Isto porque os partidos ultraortodoxos, que são parceiros-chave da coligação governamental de Netanyahu, opõem-se a qualquer mudança no sistema atual.
O tribunal decidiu que, na ausência de uma lei que faça a distinção, o sistema de serviço militar obrigatório de Israel aplica-se aos ultraortodoxos como a qualquer outro cidadão.
A ABC News recorda que ao abrigo de acordos de longa data, os homens ultraortodoxos têm estado isentos do recrutamento, que é obrigatório para a maioria dos homens e mulheres judeus. Estas isenções têm sido uma fonte de discórdia que se adensou nos últimos oito meses, dado o conflito no Médio Oriente.
Note-se que a coligação de Netanyahu depende, para a sua sobrevivência, de dois partidos ultraortodoxos que consideram que as isenções de longa data do serviço militar são fundamentais para manter os seus eleitores nos seminários religiosos e afastados de um exército heterogéneo que poderia pôr à prova os seus costumes conservadores.
Se as isenções forem suprimidas, os partidos ultraortodoxos poderão abandonar a coligação, provocando o colapso do governo e a realização de novas eleições.
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