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Polícia queniana abre fogo contra manifestantes. Há vários mortos

Manifestantes tentaram invadir parlamento, onde está a ser debatido o controverso projeto de orçamento que desencadeou os protestos.

Notícias ao Minuto

14:54 - 25/06/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Quénia

A polícia abriu fogo contra os manifestantes que tentavam invadir o parlamento do Quénia, em Nairobi, esta terça-feira, havendo registo de pelo menos cinco manifestantes mortos e dezenas de feridos. Além disso, várias secções do edifício foram incendiadas, durante os protestos contra os planos fiscais do governo.

Segundo a Reuters, a polícia abriu fogo depois de o gás lacrimogéneo e os canhões de água não terem conseguido dispersar a multidão.

A agência noticiosa refere que um jornalista contou pelo menos cinco corpo de manifestantes à porta do Parlamento. Já um paramédico disse que pelo menos 10 pessoas tinham sido mortas a tiro.

Há ainda relatos de mais de 50 feridos.

"Queremos encerrar o parlamento e todos os deputados devem demitir-se", disse à Reuters o manifestante Davis Tafari, que estava a tentar entrar no edifício. "Vamos ter um novo governo".

Pode ver um vídeo dos incidente na galeria acima.

Também se registaram protestos e confrontos em várias outras cidades e vilas do país.

A tensão aumentou gradualmente hoje no distrito comercial central de Nairobi (CBD), onde decorria a terceira manifestação em oito dias do movimento apelidado de "Ocupar o Parlamento", em oposição ao projeto de orçamento para 2024-25, que prevê a introdução de novos impostos e o aumento de outros.

Os primeiros confrontos eclodiram por volta do meio-dia (10h00 em Lisboa), depois de os manifestantes terem avançado para uma zona que alberga vários edifícios oficiais, tais como o parlamento, o Supremo Tribunal e a Câmara Municipal de Nairobi.

Os manifestantes ultrapassaram então os bloqueios da polícia para entrar no recinto onde os deputados tinham acabado de aprovar alterações ao texto, que deverá ser votado até 30 de junho.

Segundo os meios de comunicação social locais, realizaram-se manifestações em várias outras cidades do país, nomeadamente em Mombaça (leste) e Kisumu (oeste), em Eldoret (oeste), região natal do Presidente, William Ruto, em Nyeri (sudoeste) e em Nakuru (centro).

O movimento "Ocupar o Parlamento" foi lançado nas redes sociais por jovens pouco depois da apresentação ao parlamento, em 13 de junho, do projeto de orçamento para 2024-2025, que previa a introdução de novos impostos, incluindo um IVA de 16% sobre o pão e um imposto anual de 2,5% sobre os veículos privados.

O governo anunciou, em 18 de junho, que retirava a maior parte das medidas, mas os manifestantes prosseguiram o seu protesto, exigindo a retirada da totalidade do texto.

Para os manifestantes, esta é uma manobra do Governo, que tenciona compensar a retirada de certas medidas fiscais com outras, nomeadamente um aumento de 50% do imposto sobre os combustíveis.

No domingo, dia 23 de junho, o Presidente tinha anunciado que estava disponível para dialogar com os jovens.

De acordo com a Amnistia Internacional e a KHRC, as autoridades sequestraram vários ativistas, mas a polícia não se manifestou ainda sobre estas acusações.

Para o Governo, os impostos são necessários para restaurar a margem de manobra do país, que está fortemente endividado.

O Quénia, um país da África Oriental com uma população de cerca de 52 milhões de habitantes, é uma potência económica na região.

Todavia, o país registou uma inflação anual de 5,1% em maio, com os preços dos alimentos e dos combustíveis a aumentarem 6,2% e 7,8%, respetivamente, de acordo com o Banco Central.

[Notícia atualizada às 15h02]

Leia Também: Polícia queniana dispara balas de borracha contra manifestantes

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