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Dezenas de reservistas israelitas recusam-se a voltar a Gaza

Um total de 42 reservistas israelitas assinaram uma carta na qual se recusam a regressar à frente de combate em Gaza, informou hoje o diário israelita Haaretz na sua edição hebraica.

Dezenas de reservistas israelitas recusam-se a voltar a Gaza
Notícias ao Minuto

18:39 - 25/06/24 por Lusa

Mundo Médio Oriente

A recusa é interpretada como uma crítica direta à invasão de Rafah, no sul da Faixa de Gaza e que faz fronteira com o Egito, que, segundo a carta, "não trará de volta com vida os reféns" detidos pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

O Haaretz entrevistou hoje três dos 10 signatários que deram os seus nomes e apelidos na carta - enquanto os restantes usaram as iniciais - emitida no final do mês passado, na qual afirmam a sua recusa absoluta em regressar à Faixa de Gaza.

"Ou Rafah ou os reféns, e nós escolhemos os reféns", diz a carta, a primeira do género desde 07 de outubro de 2023, data do início da guerra atual, na sequência de um ataque do Hamas contra Israel, que causou cerca de 1.200 mortos e o sequestro de cerca de 240 pessoas.

Segundo os signatários, a ofensiva israelita contra a cidade, iniciada a 06 de maio, põe em perigo as suas vidas e "as das pessoas inocentes de Rafah", além de comprometer as dos reféns.

Os reservistas denunciaram no texto que o início das operações em Rafah arruinou as negociações para um acordo de cessar-fogo que estavam a decorrer na altura - antes das negociações atuais, em que está a ser discutida a proposta anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

"Na sequência da decisão de entrar em Rafah em troca de um acordo de reféns, anunciamos que a nossa consciência não nos permite comparecer", afirmaram, expressando a sua recusa em regressar a Gaza se forem convocados.

Tal Verdi, um comandante de blindados de 28 anos, garantiu ao Haaretz que, se fosse chamado, iria combater na fronteira libanesa (a norte de Israel e onde o exército mantém uma troca de tiros constante com o grupo xiita Hezbollah), mas não para Gaza.

Verdi contou como foi chamado a combater em Shifa (um bairro da cidade de Gaza, no norte da Faixa de Gaza): "quatro meses depois, fui chamado a regressar ao mesmo sítio, para ocupar lugares que já tinha conquistado".

Menos de uma semana depois de o exército ter lançado a ofensiva em Rafah, os militares tiveram de regressar ao norte, a enclaves como a Cidade de Gaza e Jabalia, partindo do princípio de que os milicianos palestinianos se tinham reagrupado onde já tinham sido neutralizados uma vez.

As entrevistas foram publicadas pouco depois de o Knesset, o parlamento israelita, ter aprovado hoje de manhã um projeto de lei que aumenta a idade de reforma dos reservistas, para garantir que o exército tem pessoal suficiente no meio da guerra em Gaza e à medida que as tensões com o Líbano continuam a crescer.

A proposta, apoiada pelo Ministério da Defesa, prevê a prorrogação por mais alguns meses de uma medida temporária que aumenta a idade de recrutamento dos soldados na reserva de 40 para 41 anos para os soldados e de 45 para 46 anos para os oficiais.

Leia Também: Alemanha apoia Faixa de Gaza com 19 milhões de euros e critica Israel

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