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Ex-presidente hondurenho condenado por ajudar traficantes de cocaína

O ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández foi hoje condenado a 45 anos de prisão por autorizar que traficantes de droga usassem o Exército e a polícia nacionais para ajudar a transportar toneladas de cocaína para os Estados Unidos.

Ex-presidente hondurenho condenado por ajudar traficantes de cocaína
Notícias ao Minuto

20:42 - 26/06/24 por Lusa

Mundo Juan Orlando Hernández

Em Nova Iorque, o juiz P. Kevin Castel emitiu a sentença de prisão, que será cumprida numa prisão norte-americana, e uma coima de oito milhões de dólares (7,49 milhões de euros), após a sua condenação por um júri em março, num tribunal federal de Manhattan, ao cabo de um julgamento de duas semanas, acompanhado de perto nas Honduras.

"Sou inocente. Fui errada e injustamente acusado", declarou o ex-chefe de Estado hondurenho (2014-2022) na sessão de leitura da sentença.

O juiz chamou a Juan Orlando Hernández, um advogado de 55 anos, "um político vira-casacas sedento de poder", que protegeu um grupo restrito de traficantes de droga.

Hernández envergava um uniforme de prisão completo verde enquanto ouvia, de pé, a leitura da sentença, ladeado dos seus advogados. Atrás dele, estavam dois delegados federais (U.S. marshalls).

Os promotores do Ministério Público tinham pedido uma pena de prisão perpétua, mais de 30 anos.

Juan Orlando Hernández cumpriu dois mandatos como Presidente do país centro-americano de cerca de 10 milhões de habitantes.

Foi detido em casa, na capital das Honduras, Tegucigalpa, três meses após abandonar o cargo e foi extraditado para os Estados Unidos da América (EUA) em abril do mesmo ano.

A acusação sustentou que Hernández já trabalhava com traficantes de droga desde 2004, tendo recebido milhões de dólares em subornos à medida que ascendia de congressista rural a presidente do Congresso Nacional e depois ao mais alto cargo do país.

Ao depor no julgamento, Hernández reconheceu que era pago dinheiro do narcotráfico a praticamente todos os partidos políticos das Honduras, mas negou ter aceitado subornos.

Numa longa declaração feita através de um intérprete, insistiu que o seu julgamento foi injusto, porque não lhe foi permitido incluir provas que teriam levado o júri a considerá-lo inocente, e disse estar a ser perseguido por políticos e traficantes de droga.

"É como se eu tivesse sido atirado para um rio fundo com as mãos atadas", comentou.

Entre as testemunhas no julgamento, estiveram traficantes que admitiram responsabilidade por dezenas de assassínios e declararam que Hernández era um protetor entusiástico de alguns dos mais poderosos traficantes de cocaína do mundo, incluindo o famoso barão da droga mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán, que está a cumprir uma pena de prisão perpétua nos EUA.

O seu irmão, Juan Antonio "Tony" Hernández, um ex-congressista hondurenho, foi condenado a prisão perpétua numa prisão norte-americana em 2021, pelo tribunal federal de Manhattan, também por acusações de tráfico de droga.

Leia Também: Presidente preocupado com consumo e tráfico de drogas em Moçambique

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