"Não creio que se espere que o Presidente da Rússia ponha o despertador para seguir o debate nos Estados Unidos", disse Dmitri Peskov, em resposta a um jornalista durante a conferência de imprensa diária do Kremlin (presidência).

Moscovo tem uma diferença de mais sete horas em relação a Atlanta, Geórgia, onde se realizou o debate.

Peskov disse que o debate Biden-Trunp não é “um acontecimento que esteja no topo da agenda do dia” na Rússia.

“Há muitas questões que são realmente importantes para o nosso país”, afirmou.

O porta-voz do Kremlin disse que a Rússia não tencionava fazer uma avaliação dos debates, alegando ser um assunto interno dos Estados Unidos por se tratar da campanha eleitoral no país.

Garantiu, contudo, que Putin será devidamente informado sobre as declarações de Biden e Trump durante o debate.

Peskov insistiu que a Rússia “nunca interferiu numa campanha eleitoral nos Estados Unidos”, como foi acusada em relação às eleições de 2016, que Trump venceu.

“Se bem se lembram, houve várias investigações nos Estados Unidos. Muitos acusaram a Rússia, lançaram campanhas muito caras e chegaram à conclusão de que não tinha sido detetada qualquer interferência”, afirmou.

“Também não tencionamos fazer isso desta vez”, disse Peskov.

Durante o debate, Trump rejeitou a iniciativa de Putin para acabar com a guerra na Ucrânia.

A proposta, apresentada há duas semanas, prevê a anexação das quatro regiões ocupadas por Moscovo, a retirada das tropas ucranianas do leste e do sul do país e a renúncia de Kiev aos planos de adesão à NATO.

Biden voltou a afirmar que Putin é “um criminoso de guerra” que matou milhares de pessoas, que quer restabelecer a União Soviética e que vai tentar invadir novos países depois da Ucrânia.

Putin afirmou, em algumas ocasiões, que o Kremlin prefere a vitória de Biden, por ser um líder muito mais previsível do que Trump, o que o ex-presidente interpretou como um elogio.

Ao mesmo tempo, Moscovo apoiou Trump na denúncia de que houve fraude nas eleições presidenciais de 2020, em que foi derrotado por Biden.

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