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França. Yaël Braun-Pivet propõe coligação centrista após legislativas

A presidente cessante da Assembleia Nacional critica a decisão do Presidente da República, Emmanuel Macron, de dissolver o parlamento e defende que, após as eleições, os partidos centristas devem procurar uma coligação que vá dos Republicanos aos socialistas.

França. Yaël Braun-Pivet propõe coligação centrista após legislativas
Notícias ao Minuto

13:23 - 28/06/24 por Lusa

Mundo França

Em declarações à agência Lusa à margem de uma ação de campanha no centro de Paris, Yaël Braun-Pivet salientou que, quando soube que Emmanuel Macron ia dissolver a Assembleia Nacional, teve uma primeira “reação brutal”, mas logo a seguir “decidiu arregaçar as mangas e ir para o terreno, porque está em causa o futuro da França”.

“Já disse publicamente várias vezes a minha opinião sobre a dissolução, mas não é uma decisão que me cabe a mim tomar. Portanto, tomei nota da decisão e decidi voltar ao terreno”, disse a presidente da Assembleia Nacional, que é candidata da coligação presidencial Juntos (Ensemble, em francês) num círculo eleitoral das Yvelines, nos arredores de Paris, no qual foi eleita em 2017 e 2022.

Numa reunião pública em que, perante os eleitores, defendeu a necessidade de criar uma coligação entre os partidos centristas na Assembleia Nacional após as legislativas, Yaël Braun-Pivet disse à Lusa que o seu objetivo era apelar a que, depois das eleições, se faça uma “coligação de origem parlamentar”, à semelhança do que “acontece em todos os países com sistemas eleitorais proporcionais”.

“Essa coligação vai depender da escolha dos franceses, em função dos deputados que elegerem para os representar, mas espero que, na Assembleia Nacional, possamos construir uma coligação que venha dos franceses e dos deputados”, disse.

Questionada se essa coligação deveria ir dos deputados eleitos propostos pela direção do partido de centro-direita Republicanos - que rejeitaram uma coligação com a União Nacional - até aos socialistas, a presidente da Assembleia Nacional respondeu: “Sim, ou até com ecologistas”.

“Depende mesmo dos deputados que forem eleitos. Não se trata de uma aliança entre partidos, isso não funciona. Vamos ver em função de quem é eleito na Assembleia Nacional e de quem é que tem vontade de se sentar à volta da mesa e trabalhar pelo bem comum”, referiu.

No início desta reunião pública, que decorreu numa escola na Place des Vosges, alguns cidadãos distribuíram panfletos, à entrada, em que pedem pedir a “todos os partidos democratas” para, na segunda volta, criarem uma “união contra a União Nacional”.

“Se todos os partidos de esquerda, de direita e do centro se unirem na segunda volta das legislativas e garantirem que só há uma única candidatura contra a União Nacional, ainda podemos salvar a França!”, lê-se no manifesto.

Questionada pela agência Lusa se considera que, na segunda volta, os candidatos da coligação presidencial devem desistir, nos círculos eleitorais em que tenham ficado em terceiro, para dar maiores hipóteses à coligação de esquerda para derrotar a extrema-direita, Braun-Pivet recusou responder.

“Eu não falo da segunda volta, só falo da primeira volta, que ainda não aconteceu”, disse.

Durante a reunião pública, de apoio ao candidato da coligação presidencial Clément Beaune - que foi ministro dos Assuntos Europeus e dos Transportes de Emmanuel Macron -, Yaël Braun-Pivet assumiu claramente que “não foi favorável à dissolução”, por considerar “que havia outro caminho”.

“Havia o caminho de tentar criar uma coligação. Durante dois anos na Assembleia Nacional, tentei criar pontes entre os diferentes partidos políticos. Sempre achei que é assim que se deve fazer política: juntarmo-nos à volta da mesa, partilhar acordos e desacordos, e tentar chegar a consensos. É essa voz da coligação na qual acredito profundamente”, disse.

Tendo presidido aos trabalhadores da Assembleia Nacional durante dois anos, Braun-Pivet mostrou-se muito crítica do comportamento dos deputados da França Insubmissa, que considerou ser um “partido radical que defende ideias radicais”.

“Se as sondagens se confirmarem e houver uma maioria relativa da União Nacional e 100 deputados da França Insubmissa, eu só tenho uma coisa a dizer: boa sorte”, disse a presidente cessante da Assembleia Nacional, que já se manifestou disponível para voltar a ocupar o cargo.

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